Já é conhecida a lista de especialidades e hospitais onde faltam médicos, entre eles a ULS da Guarda tem 16 vagas em doze serviços, de acordo com o despacho do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, publicado em “Diário da República” na semana passada. No Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) há 23 lugares em 15 especialidades.
No total o Ministério da Saúde abriu 736 vagas para especialidades consideradas carenciadas em hospitais de todo o país. Na ULS da Guarda, Medicina Interna (3 vagas), Anestesiologia (2) e Pediatria (2) são os serviços mais necessitados. Seguem-se, todos com uma vaga, Cirurgia, Ginecologia/Obstetrícia, Medicina Física e de Reabilitação, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Psiquiatria, Reumatologia e Saúde Pública. «Seria muito bom que conseguíssemos especialistas em todas estas áreas, mas tal como no passado a maioria dos concursos ficarão desertos. Ou seja, na prática, o resultado deste despacho é nenhum», lamenta Gil Barreiros. «Precisamos muito de um oncologista, mas ninguém concorreu porque só havia dois no país. Tínhamos conseguido cinco vagas para Medicina Familiar e espero que pelo menos três fiquem ocupadas. É esta a sina dos hospitais do interior», adianta o responsável, alertando que atualmente duas cirurgiãs estão grávidas e que a breve trecho o serviço ficará «muito desfalcado».
O médico diz desconhecer a ausência da Cardiologia desta lista, uma vez que é uma das especialidades mais carenciadas da ULS guardense. «Não terá sido considerada porque, se calhar, havia poucos candidatos», refere Gil Barreiros. No CHCB, Anestesiologia (3 vagas), Medicina Interna (3) e Psiquiatria (3) são as especialidades com mais falta de médicos. Clínicos precisam-se também em Cirurgia (2) e Oftalmologia (2), bem como em Gastrenterologia (1), Hematologia Clínica (1), Imunoalergologia (1), Medicina Física e de Reabilitação (1), Neurologia (1), Oncologia (1), Ortopedia (1), Otorrinolaringologia (1), Pediatria (1) e Reumatologia (1). Este despacho de Fernando Araújo permite dar andamento a um regime especial e transitório para admissão de pessoal médico, na categoria de assistente, da carreira especial médica e da carreira médica das entidades públicas empresariais integradas no Serviço Nacional de Saúde. A sua publicação deve ocorrer duas vezes por ano, em janeiro e julho, aquando da realização das épocas de avaliação final, respetivamente, normal e especial, do internato médico.
