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Menos Que Zero

As Comunidades Urbanas continuam no topo da agenda política. A Covilhã, que manteve sempre uma posição coerente, propôs uma comunidade abrangente mas, devido aos entraves levantados por alguns, acabou por se ligar aos concelhos situados a norte.

O Fundão preferiu olhar para sul, juntando-se a Castelo Branco. Agora, quando falta população para fazer mais do que uma simples Comunidade Intermunicipal, Castelo Branco e Fundão procuram desesperadamente o apoio de Portalegre, mas esbarram com um concelho de Nisa que prefere uma comunidade exclusivamente alentejana. Adivinham-se dias de tempestade a sul.

Redimensionar

Os políticos, e em especial os autarcas, gostam de obras grandiosas que perpetuem o seu nome. Muitas vezes constroem-se estruturas claramente sobredimensionadas para as necessidades da região, hipotecando-se mandatos futuros. Se nalgumas situações é o Governo que põe travão às megalomanias, noutras é o próprio tempo que acaba por demonstrar a necessidade de redimensionar as estruturas.

Vem isto a propósito das alterações que foram introduzidas ao projecto inicial do Centro de Artes da Covilhã. Nas palavras de Carlos Pinto, entre estruturas suprimidas e redimensionadas, conseguiu-se uma poupança de dois milhões e meio de euros, quase 25 por cento do custo inicial da obra. Esta redução e as novas perspectivas de financiamento deixam antever que brevemente a cidade poderá ter um Centro de Artes que responda às efectivas necessidades da região. Um bom exemplo de como o tempo e as dificuldades de financiamento podem colocar um projecto no caminho certo.

Nascer aqui

Durante o fim-de-semana os jornais trouxeram a público um estudo onde se sugere o encerramento das maternidades dos hospitais de Castelo Branco, Covilhã e Guarda, devido ao baixo número de partos.

Já durante esta semana foi encerrada a maternidade do Hospital Sousa Martins, sendo os partos transferidos para o Hospital Pêro da Covilhã. Segundo o director do hospital da Guarda, esta transferência faz-se por questões de qualidade do serviço prestado. Ora, acontece que esta transferência faz aumentar o número de partos na unidade hospitalar da Covilhã, colocando este hospital acima do patamar mínimo que poderia levar ao seu encerramento. A transferência do serviço desagrada aos habitantes da Guarda, o que é natural, mas parece-me que é melhor ter uma maternidade na Covilhã do que em Viseu. Embora, claro, o ideal fosse manter ambas as maternidades em funcionamento.

Por: João Canavilhas

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