Dos dez novos hospitais projectados para Portugal, só metade vai ser construída nos próximos tempos. Pelo caminho ficaram cinco unidades de saúde e, entre elas, a da Guarda.
A Câmara Municipal, que até agora exigia um novo edifício, já se contenta com a requalificação do Hospital Sousa Martins. Afinal de contas, o novo Governo é do mesmo partido.
A deputada e cabeça-de-lista do PSD à Câmara, Ana Manso, mostrou-se chocada com a decisão do Governo, o que é natural. Porém, aquilo que agora lhe parece pouco – uma requalificação – é bastante mais do que uma vaga promessa a cumprir sabe-se lá quando.
Recordo-me de ter escrito neste espaço que a discussão em torno da localização do novo hospital acabaria por prejudicar os que mais precisam, a população. Pois bem, o resultado está à vista. O Governo PSD/PP aproveitou a indecisão local para protelar o lançamento da obra. Os socialistas agradecem a inércia do anterior Governo para fazer apenas uma requalificação. Agora, é pegar ou largar.
Novo Código
Segundo a edição d’O Interior da semana passada, não há registo recente de um mês com tão poucos acidentes rodoviários nas estradas da Guarda como o de Abril.
Curiosamente, este é o primeiro mês em que vigora o novo Código da Estrada e, ao contrário do que muitos escreveram, parece que o aumento das coimas está a surtir efeito.
A longo prazo, a solução para a sinistralidade rodoviária passa pela educação cívica das novas gerações. Até lá, o aumento das coimas para determinadas infracções parece-me uma medida acertada. Como é hábito, a maioria dos portugueses assobia para o lado perante as campanhas de sensibilização, mas quando lhe metem a mão no bolso, a coisa muda de figura.
Ensino Superior
Ter mais de 9,5 nas provas específicas de acesso ao Ensino Superior vai ser condição necessária para ingressar nos estabelecimentos deste grau de ensino. É uma medida simples, mas que vai contribuir de forma decisiva para a melhoria e uniformização do Ensino Superior em Portugal.
Com esta alteração, adiada durante anos devido à pressão de alguns estabelecimentos de ensino, vão acabar as notas de entrada negativas e, provavelmente, vai diminuir o escandaloso número de abandonos que se verifica no Ensino Superior.
Algumas escolas já avisaram que esta medida vai deixar muita gente fora das universidades e politécnicos, colocando ainda em risco os postos de trabalho de professores e funcionários. É pena que isto seja tudo o que têm a dizer. Mais importante do que as dificuldades específicas de cada estabelecimento de ensino, importa encontrar respostas para os dois problemas de fundo: melhorar o nível do Ensino Superior e criar alternativas de formação para os que ficam fora deste grau de ensino.