A instalação de um call center da PT em Bragança criou 180 postos de trabalho. Este investimento é um bom exemplo daquilo que o Governo poderia fazer no Interior do país, obrigando as empresas públicas e de capital misto a deslocalizarem este tipo de estruturas para as regiões menos desenvolvidas.
Sabendo-se que cerca de 25 por cento da população activa da Covilhã está desempregada, que o sector têxtil enfrenta a forte concorrência do Oriente e que o Parkurbis pretende apenas atrair pequenas empresas de base tecnológica, percebe-se imediatamente o interesse de atrair investimentos que criem um grande número de postos de trabalho. É verdade que o futuro Covilhã Shopping irá criar algumas centenas de empregos, mas também conduzirá ao encerramento de pequenos comércios, pelo que a criação líquida de empregos não vai ser significativa.
Há dois anos, uma multinacional reuniu com algumas entidades covilhanenses para criar um call center na cidade. Apesar do negócio não se ter concretizado, as entidades envolvidas já sabem o que é necessário para atrair este tipo de investimento e por isso deviam explorar este nicho de mercado.
Inventem-se novos cursos
O dia 31 de Janeiro é a data limite para as escolas do Ensino Superior proporem ao ministério da tutela a abertura de novos cursos. Pelo que li na imprensa, alguns dos cursos propostos revelam uma imaginação sem limites na hora de inventar nomes.
Num país normal existem 300 licenciaturas diferentes. Em Portugal temos cerca de 1200 designações de cursos e anunciam-se mais umas dezenas.
É pena que o ministério não defina regras, pois vão ser os licenciados destes cursos a pagar a factura de algumas destas aldrabices.
O cartão a quem o merece
A Câmara da Covilhã gasta anualmente 650 mil euros com os 11 mil portadores do Cartão do Idoso existentes no concelho. É muito? É pouco? Não sei. Mas sei que este tipo de cartão social deve ter por critério base de atribuição os rendimentos e só depois a idade. De outra forma, muitos dos contribuintes continuarão a pagar benefícios de reformados que têm maiores rendimentos que os seus.
Outra pergunta
Na edição anterior deste jornal perguntei para que servia a classe política da Guarda se não conseguia a Escola Superior de Saúde, um hospital novo ou a Plataforma Logística para a sua cidade. Curiosamente, no dia em que o jornal saiu para as bancas, a ministra esteve na Guarda para anunciar a reconversão da Escola Superior de Enfermagem. Por isso aproveito para refazer a pergunta: para quando a redução dos mandatos para dois anos?
Por: João Canavilhas