No domingo a Guarda elege quatro deputados para a Assembleia da República, tantos como Castelo Branco. Mas os dois círculos têm menos 18.472 eleitores comparativamente às eleições de 2011.
De acordo com os dados atualizados do recenseamento eleitoral, nestas legislativas estão inscritos no círculo da Guarda 163.508 eleitores. São menos 8.888 pessoas relativamente às legislativas de 2011. No círculo de Castelo Branco a diferença entre os dois sufrágios é maior, pois em quatro anos desapareceram 9.584 eleitores. Nas eleições de domingo poderão votar 181.459 pessoas. No total, os dois círculos da Beira Interior têm 344.967 eleitores. Por exemplo, só Viseu tem 371.991 eleitores e elege nove deputados. Por cá, estes dados ainda não têm impacto no número de representantes que os dois distritos vão ter no Parlamento na próxima legislatura, mas é um desfecho que já se adivinha face ao despovoamento e à desertificação inexorável destes territórios.
Aliás, nesta campanha já foi notória a secundarização da região em termos da agenda dos candidatos dos principais partidos. Como têm cada vez menos importância eleitoral, Jerónimo de Sousa (CDU) e Catarina Martins (BE) nem se dignaram a uma ação por terras de Castelo Branco e da Guarda, optando pelos grandes círculos do litoral. Por sua vez, Pedro Passos Coelho (PSD/CDS) e António Costa, levando à letra a velha máxima segundo a qual “por um se ganha, por um se perde”, vieram à região. O social-democrata dedicou-lhe uma manhã e o socialista esteve duas noites. Em contrapartida, há cada vez mais eleitores nos grandes centros do litoral. O eixo Setúbal-Braga, passando por Lisboa, Santarém, Leiria, Coimbra, Aveiro e Porto, concentra 6.868.408 eleitores, muito mais de dois terços do total (9.682.823) de pessoas em condições de votar nas eleições de domingo.
O resultado está à vista e o Parlamento, tal como o país, está desequilibrado, pois estes oito círculos eleitorais elegem 167 dos 230 deputados que compõem o hemiciclo de São Bento. É aqui que tudo se vai decidir no domingo.
