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Mega tasca

Ou mais chique: mega esplanada. Este é o pensamento dos responsáveis da nossa autarquia para ser instalada na Praça Velha e já tão badalada na comunicação social da cidade. Que Deus lhes perdoe pelos pensamentos negativos que ousam sonhar.

A autarquia desconhece ou não quer conhecer que aquele espaço e a majestosa envolvente são o cartão de identidade do serrano e fiel Guardense. A nossa Sé, com a sua força e beleza, não necessita de qualquer comércio, necessita sim é de estar livre, desafogada, para se ver todo o seu esplendor. Os poucos comerciantes existentes aproveitam sim a sua sombra e o seu nome, as fachadas dos seus estabelecimentos que se transformem com um aspeto medieval e que vendam no interior aquilo que quiserem.

Se a autarquia quiser ajudá-los que lhes elimine qualquer contribuição ao Estado, enquanto a energia elétrica, o telefone e a água teriam um pagamento simbólico. A Câmara que instale também, em zona recatada, serviços sanitários de mega categoria ao serviço do visitante, que instale bancos em pontos estratégicos para descanso dos mais velhos e de quem por ali passa para ver as vistas, mas sempre e sempre voltados para a Sé e nunca de costas. Corrigir aquele malfadado lajedo na Catedral, a caminho dos mil anos, também é urgente, pois é o que se vê e até uma pomba os parte.

Aceita-se com agrado se for feito com gosto algo que separe a estrada da praça, que belo seria se todo este espaço tivesse sido feito em calcetaria. Devemos pensar que esta praça devia ter sido um campo de batalha de alvenaria para hoje levantarmos os olhos e vermos o que outros fizeram, sem comícios ou falsas promessas. Recentemente, algumas localidades na periferia da Guarda tiveram a sua feira de queijos, aqui ninguém mexeu uma palha para que tudo fosse mostrado na nossa Praça Velha, uma autêntica “bandeja natural”.

António do Nascimento, Guarda

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