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Mega associação empresarial nasce para ajudar a desenvolver a região

O Conselho Empresarial das Beiras e Serra da Estrela quer ter uma palavra a dizer na aplicação dos fundos comunitários e nas estratégias de desenvolvimento para afirmar este território no contexto nacional.

O Conselho Empresarial das Beiras e Serra da Estrela (CEBSE) vai ser formalizado na Covilhã, amanhã à noite, e não na Guarda, como estava previsto. Tudo por causa do adiamento das eleições para a presidência da Comunidade Intermunicipal (CIM) homónima. Assim, apenas o fórum empresarial, agendado para janeiro, será realizado na cidade mais alta.

Segundo os seus promotores, a mega associação empresarial representativa dos agentes económicos da Beira Interior Norte, Serra da Estrela e Cova da Beira nasce para se articular com a nova CIM, os órgãos da administração regional e central com o objetivo de dar o seu contributo na definição das estratégias de desenvolvimento de uma região com 236 mil habitantes e alguns milhares de empresários. «Queremos ser um lóbi de pressão e ter uma palavra muito consistente sobre o futuro deste território e a aplicação dos próximos fundos comunitários», afirmou o presidente da Associação Comercial e Industrial do Concelho do Fundão (ACIF). Na conferência de imprensa realizada na Guarda na última segunda-feira, Rogério Hilário acrescentou que o CEBSE é um sinal para «os políticos perceberem que, sozinhos, não vão a lado nenhum». Aliás, o dirigente – que integra a comissão instaladora com José Assunção (AAPIM – Associação dos Agricultores para a Produção Integrada de Montanha) e António Oliveira (AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira), que preside – constata que «os empresários já estão unidos e sabem o que querem, é tempo dos políticos fazerem o mesmo e acabarem de vez com as divisões que tanto têm prejudicado o desenvolvimento da região».

De resto, Rogério Hilário considera que a lei das comunidades intermunicipais está «errada», sustentando que nos seus órgãos deveriam estar representadas as empresas, as universidades e os politécnicos. «Tem que haver um novo enquadramento, mais abrangente, na gestão da região», afirma, reiterando o novo Conselho Empresarial também se destina a «criar uma dinâmica regional muito mais musculada e muito mais objetiva», para que a região se possa afirmar no contexto nacional. Pedro Tavares, presidente do NERGA (Associação Empresarial da Região da Guarda), concorda, pois «o importante é o território e o seu desenvolvimento», isto numa altura em que a principal ameaça é a sua desertificação. «É um problema extremamente grave e é esse o grande desafio que temos pela frente», sublinhou. Para José Assunção, o CEBSE terá doravante que ser ouvido «em questões relativas à saúde e ao ensino, mas também às acessibilidades, à discriminação positiva para o interior». Nesse sentido, a «visão macro» da região será apresentada no fórum empresarial de janeiro como plano de trabalho a enriquecer com os contributos dos empresários.

«O Conselho Estratégico vai construir uma agenda para os fundos comunitários serem adaptados às nossas necessidades e não o contrário. Ou seja, o nosso desafio é construir uma região», afirmou, por sua vez, Miguel Bernardo, presidente da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP). O O CEBSE representa um novo nível de agregação associativo, coincidente com o território da nova NUT III e Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, que abrange 15 municípios dos distritos de Guarda e de Castelo Branco. Além do NERGA, da AENEBEIRA, da AAPIM, da ACIF, AECBP, o novo organismo representativo dos empresários é constituído pela AASE (Associação de Artesãos da Serra da Estrela), ACG (Associação Comercial e Serviços do Distrito da Guarda), a AESE (Associação Empresarial da Serra da Estrela). A sede do CEBSE ficará na associação que presidir à direção, um mandato rotativo e de três anos, anunciou António Oliveira. Os primeiros órgãos sociais serão eleitos em Assembleia-Geral a realizar em data a agendar.

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