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Médico apontado como culpado pela morte da bebé nas Urgências

Guarda

O ginecologista-obstetra de serviço no dia em que a mãe perdeu o bebé nas Urgências do Hospital da Guarda poderá ser o responsável pelo sucedido. José Coelho não terá «agido de acordo com os procedimentos estabelecidos», conclui o inquérito interno do Hospital Sousa Martins, segundo avançou o “Correio da Manhã” e a SIC na passada terça-feira

Também o relatório feito por uma comissão externa nomeada pela Administração Regional de Saúde do Centro refere que «o médico quer tenha ou não avaliado os registos, não procedeu de acordo com as “legis artis”», mas, apesar disso estar «provado», o inquérito «deverá ser arquivado, uma vez que a Unidade Local de Saúde da Guarda não detém poderes disciplinares» sobre o clínico – um obstetra reformado –, pois este não tem vínculo laboral com o hospital, cumprindo apenas 20 horas semanais em regime de prestação de serviços. No entanto, o relatório da autoria de três obstetras e um jurista acrescenta que o clínico pode «responder criminal e civilmente» na Justiça e na Ordem dos Médicos.

No mesmo documento é ainda referido que «não existiu negligência» de uma médica e da enfermeira que também estavam de serviço. Quanto à causa da morte da bebé é ainda desconhecida, mas sabe-se que «não terá havido descolamento da placenta». Entretanto o registo cardíaco da bebé, efetuado no momento em que a mãe deu entrada nas urgências e que estava desaparecido, já foi finalmente entregue ao Ministério Público. No registo, monitorizado pela diretora do serviço de Obstetrícia do Hospital Sousa Martins, confirmava-se que o feto se encontrava vivo, facto que também ficou registado na caderneta pessoal da grávida.

Este caso remonta à manhã de 16 de fevereiro, quando Cláudia Costa, de 39 anos e grávida de 37 semanas, chegou à unidade com uma hemorragia mas esteve, alegadamente, à espera do médico mais de hora e meia. A bebé acabou por morrer na barriga da mãe. Desde então, o episódio está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). A tragédia levou ainda à demissão do pediatra António Mendes do cargo de diretor do Departamento de Saúde Materno-Infantil da unidade guardense.

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