O músico brasileiro Martinho da Vila vai actuar no Teatro-Cine da Covilhã no dia 7 de Julho. Trata-se de um concerto integrado na sua digressão portuguesa, que vai iniciar-se amanhã e termina em Agosto, revelou a promotora Discantus. No regresso a Portugal, o cantor carioca tem agendados 13 concertos no Centro e Sul do país, com uma passagem pelos Açores e Madeira. O espectáculo da Covilhã acontece depois de Martinho da Vila actuar nos dias 2 e 3 de Julho em Paris e Londres, respectivamente.
Esta é a maior digressão que o intérprete de “Canta, Canta Minha Gente” alguma vez fez em Portugal. Natural do Rio de Janeiro, com 66 anos, Martinho da Vila encetou uma carreira profissional no final da década de 1960, quando participou num festival de música com “Menina Moça”. O primeiro álbum, homónimo, surgiu em 1969 e já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico com canções como “Casa de Bamba”, um dos clássicos de Martinho, “O Pequeno Burguês” e “Quem é Do Mar Não Enjoa”. Mas o grande sucesso foi “Canta, Canta, Minha Gente!”, disco editado em 1974. Martinho da Vila tornou-se rapidamente num dos mais respeitados artistas brasileiros além de um dos recordistas de vendas de discos no Brasil, sendo o primeiro sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD “Tá delícia, Tá gostoso”, lançado em 1995. Uma área em que também se tem saído bem. Fervoroso sambista pelos Unidos de Vila Isabel desde 1995, o compositor tem vários samba-enredo compostos para esta escola de samba, como “Kizomba, Festa da Raça”, que venceu no Carnaval de 1988.
Ganhou numerosíssimos prémios e distinções, com destaque para as de Cidadão Carioca, Cidadão Benemérito do estado do Rio de Janeiro, Comendador da República em grau de oficial e a Ordem do Mérito Cultural, pela sua contribuição para a cultura brasileira. É um compositor eclético, que trabalhou músicas dos mais variados ritmos brasileiros, tais como ciranda, frevo, côco, samba de roda, capoeira, bossa nova, calango, samba-enredo, toada e sembas africanos. Embora internacionalmente conhecido como sambista, Martinho da Vila pertence a um universo mais amplo que abarca toda a música popular brasileira e, agora, se estende ainda mais, abrangendo o espaço da lusofonia. Pesquisador incansável, o seu mais recente trabalho, intitulado “Lusofonia”, lançado no início de 2000, reúne músicas de todos os países de língua portuguesa. Mais recentemente editou “Conexões” (2003) e “Voz e Coração” (2002).