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Marisa Matias falou sobre “Europa e os refugiados” na Covilhã

Eurodeputada falou sem medos e acusou UE de «violação sistemática dos direitos humanos»

Numa sala repleta e perante uma plateia maioritariamente jovem, Marisa Matias esteve na Covilhã, no sábado, para falar sobre a “Europa e os Refugiados”. A eurodeputada foi convidada pela Coolabora.

A bloquista considerou que se tem assistido a uma «criminalização da emigração para justificar a falta de capacidade da Europa em resolver um problema», tendo sublinhado que «suspender os acordos de Schengen não é uma solução». As condições dos centros de acolhimento dos refugiados também foram alvo das críticas de Marisa Matias, que assinalou a ausência de espaços adequados às mulheres e mães. «A União Europeia tem capacidade para receber mais refugiados», assegurou a eurodeputada, que acredita que está «para breve» a chegada de refugiados a Portugal. «Estamos apenas dependentes de questões meramente burocráticas», disse. A antiga candidata à Presidência da República declarou que o futuro da Europa «tem de passar por assumir os direitos humanos», contrariamente ao que tem sido feito até aqui pela União Europeia, «com uma violação sistemática dos direitos humanos», sustentou Marisa Matias.

Por agora, a eurodeputada considerou que deve haver um «efetivo combate ao terrorismo», alertando que não se devem usar os refugiados «como desculpa para fazer distinções estre os cidadãos europeus». Na sua opinião, a Europa corre o risco de «enfrentar uma crise identitária» e lamentou que algumas medidas atuais «cheirem demasiado ao passado», como o Holocausto ou a criação de muros. «Eu não entendo como é chumbada a proposta, várias vezes apresentada no Parlamento Europeu, de embargo à compra de armas e petróleo para grupos terroristas», disse, constatando que «não há vontade política em resolver este problema, mas interesse económico». Nesta passagem pela Covilhã, Marisa Matias trocou ideias durante mais de duas horas com uma plateia bastante participativa.

Ana Eugénia Inácio «Tem-se assistido a uma criminalização da emigração para justificar a falta de capacidade da Europa em resolver um problema», disse Marisa Matias

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