O Fornos de Algodres isolou-se no segundo lugar do Distrital da Guarda depois da vitória sobre o vizinho e rival Aguiar da Beira. As duas equipas, em igualdade pontual à entrada para esta jornada, protagonizaram um jogo bastante disputado, com quatro golos, duas expulsões e muito público. A luta pelo primeiro lugar continua ao rubro e na próxima ronda o Aguiar da Beira recebe o líder Mileu-Guarda.
O jogo começou equilibrado com as duas equipas a estudarem-se mutuamente. Do lado do Fornos, destaque para a presença no onze titular do ainda júnior João Abel que conseguiu “secar” o também jovem Celso, peça bastante preponderante no onze aguiarense. Mas os locais ganharam algum ascendente e foi com alguma naturalidade que chegaram ao primeiro golo do jogo. Yuri teve uma excelente jogada pelo flanco esquerdo, “sentou” um adversário e cruzou com conta, peso e medida para o segundo poste onde apareceu Rebelo, liberto de marcação, a cabecear para o fundo das redes. O Aguiar conseguiu reagir e começou a atacar mais. Contudo, foi o Fornos que chegou, de novo, ao golo após boa jogada individual de Pedro Mendes. O atleta do Fornos, o homem mais avançado da equipa, fez uma diagonal da esquerda para o centro e, depois de driblar dois adversários, entrou na área para rematar sem hipóteses para Carlitos. A dois minutos do intervalo, os visitantes conseguiram reduzir a desvantagem. Agostinho fintou um adversário e, de muito longe, rematou em arco, fazendo a bola entrar junto ao poste direito da baliza de Inácio, que pareceu um pouco mal batido.
No segundo tempo, com o resultado em aberto, o Aguiar entrou melhor e dispôs de uma grande oportunidade para igualar a partida. No entanto, Nuno Gomes rematou muito por cima quando só tinha Inácio pela frente. A equipa de Totá vivia o seu melhor período, mas ficou reduzida a dez unidades aos 61’, depois de Tino ter visto dois cartões amarelos no espaço de um minuto. O defesa central foi atingido por um adversário na boca, tendo protestado de forma pouco correcta com o árbitro que lhe mostrou o segundo amarelo. Seguiram-se cenas lamentáveis com o jogador completamente de cabeça perdida. Apesar deste “balde de água fria”, os visitantes continuaram a mandar no jogo, embora se tenha repetido o mesmo “filme” da primeira parte. Com o Aguiar a atacar, foi o Fornos que aproveitou numa rápida jogada de contra-ataque para “matar” a partida aos 72’. Na primeira vez que tocou na bola, o recém-entrado Xilipê fintou dois adversários e depois, cara-a-cara com Carlitos, teve a calma suficiente para rematar cruzado e fazer o terceiro golo dos locais. A partir daqui, o Fornos começou a controlar o desafio e até beneficiou de mais uma expulsão por protestos de um aguiarense. Aos 93’, Pedro Carvalho falhou, de forma escandalosa, a oportunidade para fazer o 4-1.
Renato Gonçalves fez um bom trabalho, apesar de ter sido muito contestado pelos homens de Aguiar da Beira. O árbitro “não tem culpa” que os jogadores não se limitem a jogar e teimem em protestar.
No final da partida, Paulo Barra estava «muito contente» com os três pontos conquistados frente a «um potencial candidato», sublinhando que a sua equipa «mereceu ganhar». Já Totá, técnico do Aguiar da Beira, deixou críticas à equipa de arbitragem: «Foi a primeira vez desde que sou treinador que não cumprimentei o árbitro. O Tino foi agredido, rebentaram-lhe os lábios e foi ter com o árbitro para lhe mostrar mas este não achou correcto. A partir daqui tudo se tornou mais difícil», considerou.
Ricardo Cordeiro