O Centro de Saúde do Fundão deverá ser brevemente o primeiro do país a receber marcações de consultas de urgência via Internet ou telemóvel, através de SMS, no âmbito de um projecto-piloto desenvolvido pelo Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF) para reduzir o tempo de espera e a burocracia nos serviços deste sector.
O anúncio foi feito na última quinta-feira pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Patinha Antão, para quem o Fundão está «na linha da frente para receber este projecto de ligação do sistema informático com operadores de telemóveis e Internet». Isto porque o Centro de Saúde, que atende cerca de 17 mil utentes, é também pioneiro na ligação em rede às 25 extensões do concelho, desde a última semana, e, em breve, ao Centro Hospitalar da Cova da Beira. Este sistema permite uma agilização da gestão da informação clínica, podendo os médicos aceder com segurança e sem burocracias à ficha do utente, prescrever receitas e marcar consultas e exames sem que os doentes tenham que se deslocar aos respectivos centros e hospitais. Além disso, todos os utentes do distrito de Castelo Branco já têm médico de família, um «objectivo nacional» do Ministério da Saúde atingido por Castelo Branco na semana passada. O que abre as portas para o projecto-piloto de marcação de consultas via Internet e SMS, que apenas está dependente de negociações com as operadoras de comunicações móveis para entrar em funcionamento.
Patinha Antão não tem dúvidas que o sistema vai melhorar o acesso dos utentes aos serviços de saúde por ser «mais cómodo, mais rápido e seguro». Bastará enviar uma mensagem com o número de utente do Serviço Nacional de Saúde para marcar a consulta, cuja hora será confirmada através de outra mensagem. No caso da Internet, só é necessário aceder à página “on-line” do Centro de Saúde do Fundão. De resto, estes utilizadores terão prioridade em relação a quem aguarda vaga na sala de espera, adianta Patinha Antão, desafiando outras entidades, como as Juntas de Freguesia, a disponibilizarem meios técnicos e humanos para auxiliarem os utentes que não têm acesso às novas tecnologias. O governante tem solução até para quem não tem telemóvel: «Há sempre um vizinho, familiar ou amigo que poderá facilmente enviar essa mensagem», garante. «É um projecto inovador e estamos todos a fazer um grande esforço para melhorar as condições de acesso das pessoas à consulta e à saúde», apontou, por sua vez, Costa Neves, director do Centro de Saúde. «No início de 2004, apenas dez por cento da população do concelho marcava consultas através do telefone e agora, através de muitas campanhas de sensibilização, 40 por cento dos utentes já utilizam este sistema», exemplificou.
Liliana Correia
