Secretário de Estado da Cultura entrega à família o diploma do Prémio Camões que o poeta e escritor natural do Sabugal ganhou em 2011.
O poeta e escritor Manuel António Pina é recordado hoje, no Porto, no dia em que passa um ano sobre a sua morte. A entrega do diploma do Prémio Camões à sua família, dois anos após a atribuição do galardão, conta-se entre as homenagens agendadas para a Igreja das Carmelitas e para a Cooperativa Árvore, em que participam escritores, amigos e familiares do autor natural do Sabugal.
O diploma do Prémio Camões, outorgado por Dilma Rousseff, Presidente da República Federativa do Brasil, e pelo Presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva, vai ser entregue a Maria de Fátima Pina, viúva do escritor, pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, pelas 16 horas. Nesta sessão participam ainda as autoras Inês Fonseca Santos e Sara Reis da Silva, assim como do presidente da cooperativa.
Duas horas depois, também na Árvore, Valter Hugo Mãe apresenta o álbum de homenagem “Algum passado, algum presente”, com desenhos de Agostinho Santos e testemunhos de Álvaro Magalhães, Arnaldo Saraiva, Artur Costa, Eduarda Chiote, Germano Silva, Ilda Figueiredo, Luís Humberto Marcos, Miguel Miranda, Rui Branco, Rui Lage, Sara Pina, filha do escritor, e Sérgio Almeida.
Já esta manhã o coro infantil “Os Gambozinos”, da maestrina Susana Ralha, interpretou canções com poemas para crianças de Manuel António Pina, numa missa conduzida por Januário Torgal Ferreira, na Igreja das Carmelitas.
Manuel António Pina nasceu a 18 de novembro de 1943, no Sabugal. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu advocacia, antes de se dedicar à carreira de jornalista, sobretudo no Jornal de Notícias, a partir dos anos de 1970. Na literatura destacou-se com obras como “Aquele que quer morrer” ou “Nenhum Sítio”, às quais se seguiram, entre outros, “Um sítio onde pousar a cabeça”, “Algo parecido com isto da mesma substância”, “Cuidados intensivos”, “Nenhuma palavra e nenhuma lembrança”, “Os livros”, “Como se Desenha uma Casa” ou a ficção de “Os papéis de K.”.
O autor foi distinguido ao longo de toda a carreira literária, destacando-se, entre outras distinções, o Prémio Literário da Casa da Imprensa (1978), o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens (1988), a menção do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da Universidade de Pádua e o Prémio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude, pelo conjunto da obra.
Recebeu ainda o Prémio Nacional de Crónica do Clube de Jornalistas (1993), o Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (2001), o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (2005). A título póstumo foi galardoado com o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes, pela obra “Como se desenha uma casa”, e com o Prémio Especial da Crítica dos Prémios Ler/Booktailors 2012, por “Todas as palavras”.