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Manteigas não desiste dos túneis

Deputados da Assembleia Municipal acreditam que na decisão de Mário Lino «não imperou o interesse nacional»

Apesar do Governo já ter decidido, a Assembleia Municipal (AM) de Manteigas aprovou, na semana passada, uma moção pela construção dos túneis na Serra da Estrela. O documento, aprovado por unanimidade, lamenta que a escolha do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, tenha recaído sobre o cenário “C” do estudo prévio, que prevê o contorno da Serra, em detrimento do seu atravessamento.

Os deputados defendem que apenas o cenário “B” poderia fazer encurtar distâncias e referem que a solução preconizada pelo Governo implica a construção de três túneis que terão um custo de 50 milhões de euros. Aliás, o custo global deste cenário, argumenta o documento, é superior a 420 milhões de euros. A moção refere ainda que «não se entende como se pretere uma grande obra, verdadeiro elo de ligação entre os municípios serranos (…) unindo Covilhã, Manteigas e Seia em poucos minutos». Assim, os deputados do município serrano consideram que a opção escolhida é errada, «porque exclui definitivamente o concelho de Manteigas do desenvolvimento, sendo um rude golpe nas aspirações de coesão territorial da zona da Serra da Estrela e do interior do país».

Além disso, o documento sustenta que «praticamente todos os presidentes de Câmara da Serra da Estrela» são favoráveis à construção dos túneis, o que demonstra «tratar-se de defender o interesse colectivo, o interesse regional e, no caso de Manteigas, o interesse local». «Nesta decisão do senhor ministro Mário Lino não nos parece que tenha imperado o interesse nacional, da coesão e sustentabilidade», já que da solução escolhida «apenas algumas franjas da Serra da Estrela extraem benefício», denuncia a moção. Por isso, e porque os deputados municipais de Manteigas ainda acreditam que a solução avançada ainda «está perfeitamente a tempo de ser corrigida», o documento apela a Mário Lino «que rectifique a decisão, optando pela solução mais consensual e melhor aceite pelos autarcas» da região. «É a única verdadeiramente benéfica para a melhoria das condições de vida das populações locais e dos turistas que nos visitam», sustenta o documento.

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