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Manifestação gera confusão na Secundária da Sé

Alunos convocaram manifestação por SMS mas não comunicaram à direção da escola

A confusão instalou-se, na manhã do passado dia 22, na Secundária da Sé depois de vários alunos terem fechado a cadeado os portões da escola e terem convocado uma manifestação e greve sem comunicarem antecipadamente a sua realização ao Conselho Diretivo.

A Associação de Estudantes desmarcou-se deste protesto, dizendo que não protagonizou a iniciativa. «Não fomos nós que convocámos a manifestação», começa por explicar o seu presidente. De acordo com José Morgado, um grupo de alunos, sem motivo concreto, terá encerrado a cadeado os portões da escola, na noite anterior, e convocado uma manifestação para essa manhã. «Não sei o que contestavam, não chegámos a perceber, talvez quisessem faltar às aulas», sugere, dizendo desconhecer quem foram os autores desta inusitada mobilização. O diretor da escola, José Carvalho, confirma o cenário atípico que, por volta das 8 horas, começou a tomar conta da rua, junto à entrada da Secundária da Sé. «Com as portas fechadas e um aglomerado de jovens à porta, gerou-se a confusão no trânsito porque é a hora em que os pais vêm deixar os alunos», explicou.

O responsável garante que a desordem dissipou-se rapidamente e que por volta das «dez horas a situação já estava regularizada». Ainda assim, foi necessária a intervenção dos elementos da PSP do projeto Escola Segura para desmobilizar e deixar entrar os alunos que quisessem ir às aulas. «Não impedimos nem obrigámos ninguém a entrar na escola», esclareceu José Carvalho, adiantando que «quem quis entrar, conseguiu fazê-lo». No entanto, admite que «cerca de seis estudantes acabaram por faltar às aulas», tendo sido aplicada a medida do costume: falta de presença. Sobre os motivos que estiveram por detrás da contestação pouco se sabe, já que as versões dos estudantes divergiram. «Uns disseram que estavam contra o Estatuto do Aluno, que é uma realidade alheia à escola», conta o diretor, acrescentando que «outros referiam o regime de testes ou o limite de faltas».

Sem perceber a “agenda” de quem convocou a greve, o responsável acredita que se tratou de uma tentativa, por parte de alguns alunos, de «ganharem visibilidade e protagonismo». Além disso, José Carvalho reconheceu o papel preponderante que as novas formas de comunicação, como mensagens de telemóvel e redes sociais, tiveram na convocação da greve: «Foi uma mobilização que, hoje, os jovens conseguem fazer apenas através do recurso à SMS, por exemplo», sugeriu.

Catarina Pinto

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