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MAIS exige, «pelo menos», a construção do IC6

Crise orçamental meteu na gaveta a concessão rodoviária da Serra Estrela, cujo investimento está «congelado», segundo o Ministério das Obras Públicas

O Movimento de Apoio à Construção dos Itinerários da Serra da Estrela (MAIS) exige que o Governo conclua «pelo menos o Itinerário Complementar (IC) 6», uma das três vias projetadas no âmbito da concessão rodoviária da Serra da Estrela que foi adiada devido à crise orçamental.

«Percebemos que na atual conjuntura será difícil concluir os três IC’s (6, 7 e 37)», afirmou o porta-voz do MAIS, Mário Jorge Branquinho, após uma reunião, na passada sexta-feira, que juntou em Seia cerca de cem participantes para acordar as medidas a tomar em defesa da construção destes itinerários. No entanto, o IC6, que inclui troços nos concelhos de Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia Celorico da Beira e Fornos de Algodres, «deve ser concluído já», afirmou. Posição semelhante assumiu o deputado do PSD Carlos Peixoto, que disse ter ouvido vários parlamentares e membros do Governo sobre o assunto e para os quais «a opinião consensual é que pelo menos este traçado deve ser concluído». Apesar de manter a exigência da construção dos três ICs, o MAIS apela à conclusão desta estrada «que termina agora no meio de nada», lamentou o porta-voz do movimento.

«Nós não reivindicamos autoestradas, mas sim estradas decentes que nos ajudem ao desenvolvimento», afirmou, por sua vez, Carlos Filipe Camelo. Para o autarca de Seia, estas vias são «vitais para evitar a desertificação da região e para sermos mais competitivos na atração de novas empresas». Do encontro de sexta-feira ficou também a ideia de que o MAIS vai continuar a lutar pelos IC’s da Serra da Estrela pela «forma institucional», estando a circular uma petição que pretende recolher quatro mil assinaturas para que o assunto seja debatido no plenário da Assembleia da República. «Para já vamos seguir esta via, mas não enjeitamos outras formas de luta caso não sejamos ouvidos», avisou Mário Jorge Branquinho. Entre a centena de populares que marcaram presença na Casa da Cultura de Seia destacaram-se alguns autarcas (Seia e Oliveira do Hospital), o deputado social-democrata Carlos Peixoto, vários presidentes de Juntas, de instituições e dos partidos. O MAIS não enjeita a possibilidade de repetir este tipo de reuniões em Oliveira do Hospital, Gouveia, Viseu ou na Covilhã nas próximas semanas.

Recorde-se que em setembro do ano passado a Estradas de Portugal (EP) aprovou o estudo prévio dos traçados das estradas previstas na concessão Serra da Estrela. São elas o IC6, entre Tábua/Oliveira do Hospital (IC7) e a Covilhã (A23); o IC7 – Oliveira do Hospital (IC6)/Fornos de Algodres (A25) e o IC37 – Viseu (A25)/Seia (IC7). Foi mais uma decisão favorável ao dossier das acessibilidades na corda da Serra, que também já têm declarações de impacte ambiental favoráveis, embora condicionadas. O que continua a faltar é a abertura dos concursos para os projetos definitivos e respetivas empreitadas. No entanto, o Ministério da Obras Públicas tem-se escusado a adiantar qualquer data para o avanço desses procedimentos, repetindo que este investimento está «congelado».

«Estradas decentes» na corda da Serra são consideradas fundamentais para o desenvolvimento da região

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