Mais produtores e mais visitantes, assim foi a sétima edição de um certame que celebra a sub-região onde se fazem alguns dos melhores vinhos do mundo e faz anualmente de Vila Nova de Foz Côa a capital do Douro Superior.
A sétima edição do Festival do Vinho do Douro Superior, que decorreu no fim-de-semana em Vila Nova de Foz Côa, atraiu mais de nove mil pessoas, tendo sido a mais visitada desde a sua criação. «Batemos o recorde de visitantes, quase que não se cabia no pavilhão no sábado e no domingo. Pelos cálculos da organização terão passado pelo certame mais de 9.000 pessoas, tendo em conta a venda de copos», adianta o presidente da Câmara.
Para Gustavo Duarte, esta edição foi «um êxito total em termos de público, de stands, de animação e de promoção», tendo destacado a participação nas provas comentadas e nas visitas às quintas. Já a presença do “Master of Wine” Dirceu Vianna Junior, o único de língua portuguesa, contribuiu para «projetar internacionalmente» o festival. «Estamos muito satisfeitos», sintetiza o autarca, que, tendo em conta a adesão do público, já receia que um dia seja necessário parar «porque não cabe mais gente no pavilhão da Expocôa». Quem se estreou no evento foi o brasileiro Dirceu Vianna Junior, especialista de renome internacional radicado em Londres. Na sua opinião, esta sub-região do Douro, por ser mais quente, tem vinhos «mais exuberantes» e um estilo «um pouco mais musculado». O também consultor permanente da ViniPortugal veio a Foz Côa para «ver produtores que já são bastante conhecidos e outros que nunca ouvi falar, e isso é muito interessante», tendo considerado que Douro Superior tem «muito a oferecer em projetos novos, sangue novo, o que acho importante para o Douro e também para Portugal».
Dirceu Vianna Junior admitiu também ficar sempre surpreendido com a «diversidade de sabores dos vinhos desta sub-região, além da beleza natural, das grandes vinhas e das pessoas maravilhosas». O especialista recordou, de resto, que Portugal é «o país com mais castas em relação à sua área e também em estilos de vinhos» e sublinhou que o país «ainda tem muito para ser descoberto» neste setor. Em Foz Côa o “Master of Wine” brasileiro encontrou alguns dos melhores néctares do mundo, num evento que reuniu cerca de 80 produtores do Douro Superior, a maior participação de sempre. Estiveram presentes as melhores referências vínicas desta sub-região do Douro, bem como os seus enólogos e produtores. O festival incluiu ainda uma mostra de produtos regionais. Na sessão de abertura, Gustavo Duarte afirmou que esta feira é «o reconhecimento e a consagração do mérito que é devido aos produtores». Por sua vez, o secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, destacou a «grande saúde financeira» do município fozcoense, que «usa dez por cento da sua capacidade legal de endividamento e paga a oito dias. Com estes resultados, a Câmara pode projetar o futuro do concelho»
Concurso atribui 22 medalhas de ouro
Como habitualmente, os vinhos presentes na feira foram avaliados em provas cegas por um painel de jurados constituído por jornalistas, sommeliers e compradores. O Duas Quintas Reserva 2016 (Adriano Ramos Pinto Vinhos) venceu entre os brancos, enquanto o Zom Grande Reserva Touriga Nacional 2011 (Barão de Vilar) foi o melhor dos tintos e o Duorum Vintage 2011 (Duorum) ganhou na categoria dos vinhos do Porto. Neste concurso foram atribuídas 22 medalhas de ouro, seis das quais para branco, doze para tintos e quatro para Portos. Houve ainda 12 medalhas de prata para vinhos brancos, 25 para tintos e quatro para Portos.
Luis Martins