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Luz “carregada” de informação

mitocôndrias e quasares

Recentemente um grupo de cientistas japoneses apresentou um projecto de investigação que pretende desenvolver uma tecnologia que permita a utilização da luz visível artificial para transmitir informações, com por exemplo, transformar postes de iluminação pública em emissores de mensagens multimédia.

Aparentemente esta ideia é revolucionária na sua concepção, contudo, reflectindo um pouco verifica-se que a luz é já usada diariamente há muito tempo por milhões de pessoas para transmitir dados. Por exemplo, quando um telespectador usa o infravermelho do telecomando para mudar de canal, estamos a utilizar luz, nesta situação luz infravermelha, para transmitir um informação. A ideia dos investigadores japoneses é explorar a luz gerada por um díodo (LED), similar à das lanternas de bolso ou dos sinais de trânsito, para transmitir dados. Trata-se de fazer piscar rapidamente esses LEDs, em função do conteúdo do que deve ser transmitido para enviar um sinal (texto, imagem, som, vídeo), que um terminal de recepção, como um telemóvel poderá converter, com o software adequado, novamente na informação inicial.

Sendo esta uma ideia já concebida, qual o beneficio do desenvolvimento desta tecnologia? A principal vantagem da utilização desta nova tecnologia é, em relação a outras tecnologias de transmissão de informações, o aumento da potência da luz, e consequentemente o aumento do alcance e da velocidade de transmissão de dados, sem causar danos à visão, o que não se verifica, por exemplo, no caso do infravermelho.

È precisamente nestas questões dos perigos para a saúde que esta nova tecnologia procura apresentar maiores benefícios uma vez que a luz visível artificial, ao contrário das tecnologias de transmissão sem fio através de microondas como WIFI, é totalmente inofensiva para o homem, podendo ser usada em qualquer local. Uma aplicação possível desta nova tecnologia seria a colocação deste sistema em escritórios, o que permitiria a transmissão de informações para todos os terminais existentes, sem necessidade de passar por uma rede como acontece actualmente. Uma outra aplicação em que os cientistas trabalham é na produção de um novo conceito de sinais de trânsito, onde esta tecnologia seria implementada (mais económica e com duração maior do que as lâmpadas comuns) para divulgar informações sobre o tráfego ou alertar para o excesso de velocidade.

Quando em 1800, Alessandro Volta desenvolveu a tão-falada pilha voltaica, comprovando que para a produção de electricidade, a presença de tecido animal não era necessária, estava longe de conceber que esse seu trabalho poderia culminar num meio comunicacional tão inovador.

Por: António Costa

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