Arquivo

Luz ao fundo do túnel

Estradas de Portugal atendeu às reivindicações dos moradores do Bairro da Boavista, em Freixedas, e está a construir uma passagem inferior na EN 221

As reivindicações das cerca de duas dezenas de moradores da Quinta das Freixedas, no concelho de Pinhel, foram atendidas. Arrancaram, na última semana, as obras para a construção de uma passagem inferior na Estrada Nacional (EN) 221.

Na causa do descontentamento dos moradores estava a rectificação do traçado daquela estrada, actualmente em construção e pensada para desviar o trânsito das Freixedas. Para tal, foi desenhada uma nova via, que contorna a aldeia e que vai confluir com o traçado “antigo” na zona da Quinta da Boavista.

Mas desde 2003 que uma comissão de moradores tentava alterar o traçado, com o argumento de que a nova estrada iria perturbar os habitantes. A recta criada junto às habitações contribuiria para aumentar as velocidades dos condutores e, por outro lado, faltava garantir a travessia, em segurança, de animais e pessoas. A população reclamava, assim, a construção de uma rotunda – que obrigasse os automobilistas a reduzir a velocidade – ou de um viaduto que permitisse aos moradores chegarem às suas propriedades, muitas delas situadas do outro lado da via. Os moradores chegaram a ameaçar, há cerca de um mês, cortar a estrada.

«Depois de uma reclamação dos moradores da Quinta da Boavista junto da Câmara Municipal e da Estradas de Portugal (EP), deslocámo-nos ao local e apercebemo-nos de que as reivindicações eram válidas», refere António Ruas. O presidente da autarquia de Pinhel entrou, depois, em contacto com o vice-presidente da EP «que se deslocou ao local de forma a encontrar uma solução». A hipótese da construção de uma rotunda é que foi de imediato descartada, por ser «mais complicada do ponto de vista técnico e funcional», explica o autarca. Prevê-se que o túnel esteja pronto em meados deste mês. Contudo, o presidente da Junta das Freixedas, Filipe Augusto, acredita que esta não é a solução mais viável, por se tratar de uma passagem de «dimensões reduzidas», apenas dois metros de altura por dois metros de largura. «Só resolve o problema em parte, porque a passagem não vai permitir a travessia de máquinas agrícolas», sustenta o presidente da Junta, que teme que se esteja «a gastar dinheiro em vão». António Ruas admite «que a solução não é a ideal», mas argumenta que as condições topográficas do local «não permitiam outra saída» e sublinha que «existem caminhos paralelos» para a passagem de máquinas. No entanto, admite que «se se tivesse pensado numa solução com mais tempo, talvez fosse possível enveredar por outro esquema», indica.

Rosa Ramos

Sobre o autor

Leave a Reply