Luís Manuel Ribeiro Viana é o novo comandante distrital da PSP da Guarda. Veio de Lisboa para substituir Gonçalves Sampaio, que durante três anos se manteve à frente do comando distrital. Da Guarda só teme o frio, mas diz que já vem prevenido.
Luís Viana é natural de Lisboa, tem 40 anos e exercia funções na direcção Nacional da Polícia, onde está agora Gonçalves Sampaio, como director do Departamento de Saúde e Assistência na Doença. O intendente Luís Viana está há pouco tempo na Guarda, por isso ainda desconhece quais os principais problemas com que se vai confrontar no novo mandato. Mas um é certo e conhecido por todos. «As exíguas instalações e a falta de condições das mesmas», atira de imediato Luís Viana. No entanto, este é um dos problemas, cuja solução «nunca será possível resolver a curto prazo», adianta o comandante. É que há mais de 100 anos que o comando está sediado no rés-do-chão do edifício do Governo Civil. Recorde-se que em 1990 foi assinado um protocolo, entre o governo e a autarquia para a cedência das instalações actualmente ocupadas pelo quartel da GNR. Mas essa situação só acontecerá quando estiver concluída a construção das novas instalações. Consciente desta situação, Luís Viana promete encontrar «uma solução que possa dar mais dignidade em termos de trabalho à instituição». Quanto a outros hipotéticos problemas, o intendente diz que «ainda é prematuro para falar». Por isso, nesta primeira fase, irá ser feito um levantamento da situação, nas mais diversas componentes, desde a parte operacional até à parte de ligação com a sociedade e as demais entidades públicas. «Vão ser inventariados todos os problemas que possam existir na cidade e que passam pela intervenção da PSP», refere Luís Viana, mas também «problemas internos, que eventualmente, podem ser melhorados ou agilizados, para melhorar a prestação de serviço à comunidade», acrescenta.
A substituição do comandante insere-se numa mudança que está a ser operada a nível nacional e na política de promoções de 31 Intendentes que está a decorrer desde Janeiro. E não está relacionada com o facto do mandato de Gonçalves Sampaio ter sido marcado pelas sucessivas denúncias por causa do excesso de zelo e de processos disciplinares. Tanto pela parte da Associação Sócio-Profissional da polícia, como pelo sindicato de profissionais de polícia. Sobre este assunto, o novo comandante prefere não se pronunciar, mas lá vai dizendo, que «à priori, não parece ter havido excesso de zelo, apenas uma tentativa de respeitar as regras e os regulamentos internos da instituição», constata. Como tal, o trabalho realizado pelo seu antecessor «será sempre respeitado», revela.
Actualmente, o comando da Guarda «está minimamente apetrechado» em relação aos diversos meios materiais e equipamento, garante o responsável. Porém, «há algumas carências no quadro efectivo de pessoal, o qual não está preenchido», indica Luís Viana. E sendo um comando relativamente pequeno, comparativamente, a outros do país, «percentualmente, tem um peso superior aos demais», diz o comandante, admitindo que o comando «está um bocado desfalcado». Por isso, Luís Viana vê esta sua nova função como um desafio: «com poucos recursos tentar ter os mesmos resultados que outros comandos ou se possível melhorá-los». Apesar de estar há pouco tempo na cidade mais alta do país, sabe que «a Guarda é bastante segura, as pessoas muito humanas, não há graves problemas com trânsito e há pouca poluição». Para já, a cidade só tem um defeito: «o frio, mas já venho preparado», graceja o comandante.
Patrícia Correia