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Louçã, Jerónimo e Salazar – Uma resposta a Henrique Raposo

Quando o ódio suplanta a racionalidade e a acinte prosa esquece a necessidade do argumento, é fácil a articulistas como Henrique Raposo (HR) evocarem comparações espúrias como as que publicou em recente artigo do vosso jornal.

As asserções devem partir de premissas certas. Ora, em HR, as premissas não existem ou são falsas, em consequência as suas asserções são falsas. A sua prédica não tem credibilidade e correspondência com a realidade. Como no Bloco de Esquerda valorizamos a pluralidade e o exercício da dialéctica, e mesmo quando o contra-ponto é desqualificado procuramos a elevação, somos tentados ao pecado da resposta. É o que em parcas palavras tentaremos fazer. 1. Henrique Raposo acusa o BE de “querer um Portugal fechado ao exterior”. O Bloco é um partido europeísta de esquerda. Europeísta porque considera que é possível e necessária uma Europa política e social, dotada de instituições democráticas e representativas, dotada de políticas europeias que estabelecem mais igualdade entre todos os cidadãos da Europa. Por exemplo no apoio às regiões mais desfavorecidas e de interior, na segurança social, na saúde, no apoio à pobreza e à exclusão, em políticas de trabalho como deslocalizações de empresas, horários de trabalho (…) na entre-ajuda entre os Estados, etc, etc, etc. E de esquerda porque a estes problemas apresenta propostas solidárias e socialmente sustentáveis, assentes na valorização da humanidade e não submetidos ao dogma da competição e do lucro a todo o custo.

E também para lutar por esses desígnios europeus o BE é o único partido português no Partido da Esquerda Europeia, participando ainda no GUE-Parlamento Europeu, no Movimento das Esquerdas Anti-Capitalistas ou no Fórum Social Europeu.

2. HR acusa-nos de termos um “sentimento anti-EUA e anti-UE”. O BE não é contra os EUA. O BE é contra a política de um “centro de império” que usa e promove a guerra contra os povos para usurpação de matérias-primas, que promove a especulação do dólar e do petróleo para benefício próprio à custa dos cidadãos do mundo inteiro – como agora está a acontecer -, que impede os pobres cidadãos norte-americanos de terem acesso à saúde, ou que promove a destruição ambiental em todo o mundo – pondo, cada vez mais, a vida do planeta em risco – porque as suas multinacionais não querem abdicar de métodos de produção poluentes e lucros gigantescos…

O BE é pela paz, é por serviços públicos de qualidade e gratuitos para todos, por um ambiente mais saudável – para salvar a própria espécie humana.

3. E porque no Bloco se juntam cidadãos e cidadãs que juntam energias para lutar contra todas as opressões e discriminações nós somámos valor à esquerda. E porque no BE se juntam progressistas que tanto assumem a luta contra o interiocídio – e sobre ele tentar juntar alternativas – nós, aqui e agora, estabelecemos diálogos sem sectarismos. E porque assumimos a luta contra a destruição generalizada dos direitos do trabalho, apelam ao protesto de todos e todas contra a violência deste novo código de trabalho.

4. Quanto a comparações de Francisco Louçã com Salazar são tão inabilitadas que nem merecem resposta. Nem exposição de currículo!

Os aderentes do BE: Jorge Noutel, Marco Loureiro, Liberto da Silva.

NR: O artigo de opinião de Henrique Raposo é uma crónica da “Rede Expresso”.

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