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Lotaria dos penáltis sorriu ao Covilhã

Sporting serrano conquistou regresso à Liga de Honra num jogo dramático em Moscavide

O Sporting da Covilhã está de regresso à Liga de Honra, mas sofreu até ao fim em Moscavide, nos arredores de Lisboa. No último domingo, o passaporte só ficou carimbado após a marcação de grandes penalidades no segundo jogo do “play off” com o Olivais e Moscavide, que venceu a partida por 2-1.

Foi um jogo dramático, presenciado por cerca de 500 adeptos covilhanenses, que festejaram efusivamente mais uma subida de divisão. O Covilhã apresentou-se de início com três centrais para controlar as operações e defender a margem mínima trazida de casa. Ainda assim, apesar de não actuar com qualquer extremo, o que obrigou a “afunilar” muito o jogo, as primeiras ocasiões pertenceram aos visitantes, ambas protagonizadas por Fabrício. Aos 5’, o avançado brasileiro cabeceou ao lado e, aos 14’, rematou rasteiro para boa defesa de Paulo Sérgio. Após um primeiro aviso dois minutos antes, o Olivais chegou à vantagem aos 20’. Cruzamento para Rui Varela, que, de cabeça, ao segundo poste, assistiu para Cléo fazer o 1-0 com um excelente remate acrobático sem hipóteses para Igor Araújo. Aos 29’, Paulo Gomes, de livre directo, rematou a rasar o poste direito e logo depois Luciano fez entrar o extremo Bruno Nogueira para o lugar de Sérgio Rebordão, dando mais “largura” ao ataque serrano.

No segundo tempo, o Covilhã empatou aos 56’. Djikine foi à direita arrancar um cruzamento para a área, onde apareceu Dani, entre os centrais contrários, a atirar de primeira. Novamente em desvantagem na eliminatória, o Olivais acentuou a pressão e chegou ao 2-1 aos 68’. Na recarga a um remate de João Gonçalves em zona central, que Igor Araújo defendeu para a frente, Cléo, mais uma vez, desviou para a baliza. Até ao final dos 90’, o jogo manteve-se equilibrado à excepção de um lance aos 89’ em que Cléo rematou com muito perigo junto ao poste direito. No prolongamento, o desgaste físico fez-se sentir, mas também a preocupação de não sofrer o golo que poderia ser decisivo para qualquer das equipas. Chegados aos penáltis, Gomes, que era dos jogadores mais frescos por só ter entrado para a segunda parte do prolongamento, atirou por cima para desespero dos covilhanenses. Contudo, Dani atirou certeiro após Vasco Varão também ter marcado para o Olivais.

No segundo penálti dos locais, Igor Araújo adivinhou as intenções de João Gonçalves e voltou a colocar as duas equipas em igualdade, seguindo-se mais dois remates certeiros de Márcio e Figueiredo. Até que na quarta grande penalidade, Edgar converteu com classe, enquanto que Hugo Pina rematou ao lado. Depois, Paulo Vaz não vacilou e fuzilou a baliza, colocando o Covilhã na Liga de Honra. Trabalho positivo de João Roque. No final, Luciano, um dos treinadores do Covilhã, era um homem feliz: «Sinto uma grande alegria, principalmente por este grupo de trabalho que merece estar feliz, porque tudo fez contra muita gente que dava o favoritismo ao Olivais», afirmou, não esquecendo Rui França e Vítor Cunha, os dois técnicos que orientaram a formação serrana esta temporada. Também Igor Araújo estava visivelmente emocionado: «Não foi a minha defesa que nos fez subir, mas sim o grupo todo», disse, realçando que «ninguém merecia perder». Pelo Olivais, Filipe Moreira estava desolado: «Talvez comece a jogar para perder. Ganhei e não subi e perdi por penáltis depois de um ano imenso de trabalho. Estou farto das pessoas da Federação e de quem criou este modelo», desabafou. Este domingo, o Covilhã defronta a Oliveirense, vencedor do “play off” das séries A e B, para apuramento do campeão da IIª Divisão, em jogo agendado para o Estádio Municipal de Pombal, às 17 horas.

Ricardo Cordeiro

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