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Laticínios do Mileu em “lay-off”

Cerca de uma dezena de trabalhadores estão em casa desde Janeiro e empresa corre o risco de encerrar ainda este ano

A empresa “Lacticínios Progresso do Mileu”, na Guarda, corre o risco de encerrar portas ainda este ano. Fundada há mais de 60 anos, a fábrica de queijo está em “lay-off” desde Janeiro e o seu futuro depende da aprovação de uma candidatura ao programa de incentivos PRODER ou do recurso à banca.

Os problemas financeiros devem-se a queda das vendas, «mas, fundamentalmente, a alguns clientes “grandes” que deixaram de pagar a tempo e horas», revela um porta-voz da empresa. «Temos clientes que já nos devem há quase um ano e tivemos que reduzir a produção», acrescenta Miguel Proença, que adianta que, com o “lay-off”, «a maior parte dos cerca de dez funcionários (praticamente a totalidade dos trabalhadores) estão a receber o ordenado mínimo neste momento», situação que se deve prolongar até Junho. A não ser que seja aprovado um projeto submetido ao programa de incentivos PRODER para adquirir maquinaria moderna que permite produzir novos tipos de queijo e triplicar a produção com os mesmos funcionários, até porque «o principal problema dos Laticínios do Mileu não é o escoamento do produto, mas o dinheiro em dívida pelos clientes», adianta o responsável.

«Se esse projeto for aprovado, o “lay-off” cessa imediatamente. Se isso não acontecer e a banca também não nos financiar, o mais provável é o encerramento da empresa ainda este ano», avisa. De acordo com Miguel Proença, «os sócios já investiram mais de um milhão de euros na fábrica e, neste momento, não estão disponíveis para aplicar mais do seu próprio dinheiro». Apesar da falta de clientes não ser o principal problema da empresa, «se as grandes superfícies nos comprassem mais produtos não teríamos que entrar em “lay off”», refere, dizendo não compreender o critério dos grupos de distribuição. «Este ano voltámos a ganhar em Espanha o prémio dos melhores queijos de cabra e, apesar disso, as grandes superfícies não nos abrem as portas e vemos lá queijos de cabra espanhóis à venda mais caros que o nosso», lamenta.

Rafael Mangana

Comentários dos nossos leitores
Dias Ferreira Eugeniodiasferreira@gmail.com
Comentário:
Deve ser feito um apelo direto ao sr:presidente do Pingo Doce, que, sendo um empresário bem sucedido,moralista,crítico e “patriota”,só por ignorância da situação ainda não será vosso cliente (eu sou consumidor dos vossos produtos).Além do mais seria uma forma de baixar um pouquinho o rácio das suas importações.Li recentemente que importam 65% do que vendem!!! Patriotas?!…..
 
Jacinto Andrade jacintoandrade@msn.com
Comentário:
Temos que valorizar os nossos produtos no estrangeiro. Se deus quiser vou levar o vosso queijo premiado para a Alemanha.
 

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