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Kubik abre concerto dos Fantômas

Projecto de Victor Afonso sobe ao palco da Aula Magna no dia 21

Kubik, o projecto de música electrónica de Victor Afonso, vai fazer a primeira parte do concerto dos Fantômas na Aula Magna, em Lisboa, no próximo dia 21. O músico e compositor guardense foi escolhido pelo próprio Mike Patton, líder e vocalista desta banda de rock de vanguarda, que parece ter gostado de ouvir o álbum de estreia de Kubik “Oblique Musique”, editado em 2001 pela Zounds Records. Tanto assim que, para além desta participação especial, Victor Afonso foi também convidado a editar o seu próximo disco na Ipecac Recordings, editora fundada pelo músico norte-americano e por onde têm passado alguns dos mais importantes projectos musicais internacionais dos últimos anos.

“Oblique Musique” foi considerado pela crítica especializada um dos dez melhores discos portugueses em 2001. Ao longo de 17 composições, Victor Afonso, 34 anos, revela-se um grande manipulador/explorador de ritmos e sons ao jeito do “freestyle” que tem norteado a sua produção nesta área periférica da música nacional. Adepto do “sampling” e do “cut’n paste”, o criador e as suas máquinas produziram cópias sábias e colagens cuidadas, que se juntam ao material gravado pelo próprio, originando um leque de melodias que vai das novas músicas contemporâneas à electro-pop, da electrónica mais abrasiva à música de carrosséis, dos Monthy Python a Prokofiev, do “free jazz” ao “noise”, “breakbeats” e “be-bop”. Uma interminável experiência ciberdigital que valeu ao malabarista Victor Afonso e ao seu “Oblique Musique” o epíteto de «único álbum “moderno” de 2001».

Uma classificação encontrada por João Lisboa, crítico musical do “Expresso”, para arrumar o «labirinto» musical de Afonso no indescritível mundo da electrónica. O projecto “Kubik” tem merecido o aplauso da crítica desde 1998, após a edição de duas maquetas intituladas “Cry Sound” e “Radio Mutation”, que lhe valeram inúmeros Prémios Maqueta, instituídos pela editora Deixe de Ser Duro de Ouvido. Quanto a Mike Patton, é considerado pela crítica, nem mais nem menos, como um dos melhores e mais versáteis cantores rock da última década, tendo deambulado entre o rock hardcore, a electrónica e o experimentalismo. Fez parte dos célebres grupos Faith no More e Mr. Bungle e lidera actualmente dois dos projectos mais inovadores do rock experimental: Tomahawk e Fantômas, banda surgida logo após o fim dos Faith No More. Com três álbuns editados, “Fantomas”, “The Director’s Cut” e o mais recente “Delirium Corda”, o grupo formado por Mike Patton, Buzz Osborne, Dave Lombardo e Trevor Dunn possui uma sonoridade influenciada sobretudo pelo hardcore/death metal, mas também pelas bandas-sonoras de filmes e pela música da banda desenhada.

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