A equipa de juvenis masculinos da Escola Secundária da Sé, da Guarda, conquistou o título de futsal nos jogos da FISEC (Federação Internacional do Desporto Escolar Católico), que terminaram a semana passada na Hungria. A vitória na prova foi garantida frente à sua congénere brasileira no último jogo que se revelou “dramático”, pois os jovens guardenses estiveram em desvantagem várias vezes e acabaram por assegurar o empate, que servia as suas aspirações, apenas a sete segundos do apito final.
Antes do empate a seis bolas com o Brasil, a Escola da Sé, que representou Portugal na prova, venceu os representantes de França (3-2), a Hungria (16-2) e a Espanha (7-4). Deste modo, e em virtude, do empate entre Brasil e Espanha, a equipa da Guarda sabia que lhe bastava um empate para vencer esta espécie de mini-campeonato mundial. E se ao intervalo, o empate a uma bola servia na perfeição os interesses lusos, o início da segunda parte não foi o melhor, já que o Brasil chegou ao 3-1. Entretanto, a Escola da Sé reduziu para 3-2, mas os adversários responderam com mais dois golos e, a dois minutos e meio do fim, o resultado era de 5-2. Entretanto, o treinador da Escola da Sé deu indicações para que a equipa passasse a jogar com guarda-redes avançado, numa alteração que surtiu efeito com a marcação de dois golos, só que a um minuto do final, o Brasil fez o 6-4 que parecia deitar tudo a perder. Contudo, o “milagre” começou a 21 segundos do final, quando a equipa da Guarda fez o 6-5 e, após a reposição da bola em jogo, o Brasil, que já tinha cometido cinco faltas, cometeu nova infração sobre um guardense e a Escola da Sé beneficiou de um livre de 10 metros. Chamado a marcar, Rafael Carrilho sabia que se a bola entrasse, o título muito dificilmente fugiria, e o jovem não desiludiu. O atleta confessa que sentiu «muita pressão» e que a baliza «parecia cada vez mais pequena e a distância maior», mas garante que as pernas «não tremeram». Quando viu a bola rematada pelo seu pé direito entrar na baliza oposta, o estudante confessa que sentiu um «grande alívio» e foi «como se tirassem o peso do mundo de cima de mim».
O treinador da equipa da Secundária da Sé sustenta que o golo do empate foi fruto de uma «demonstração de querer e de espírito de sacrifício enorme», tendo despoletado uma «explosão de alegria em todo o pavilhão», já que muitos dos representantes de Portugal nas outras modalidades assistiram à partida. Quanto ao triunfo na competição, José Carvalho assume que é uma «enorme satisfação» vencer uma «prova internacional em que participaram equipas de grandes potências do futebol como são os casos de Espanha e Brasil». A comitiva dos campeões chegou à Guarda, na madrugada da passada sexta-feira, e apesar da hora tardia, tinha bastante gente à sua espera. O professor de 35 anos mostra-se «orgulhoso» por ter orientado este «grupo de muito talento», realçando que «40 por cento» da equipa são juvenis de primeiro ano, daí que em 2013/2014 possam lutar pela revalidação do título. Os “heróis” que venceram os jogos da FISEC foram: Hugo Gonçalves, Diogo Lopes, Bruno Lopes, Rafael Carrilho, Emanuel Brito, Eugénio Gerardo, João Araújo, Diogo Santos, José Vaz, Pedro Almeida, João Gonçalves e Ricardo Costa.
Pela «importância deste título para a cidade da Guarda e seu concelho», a Câmara da Guarda atribuiu, na última segunda-feira, a Medalha Municipal de Mérito à equipa, ao treinador e uma placa de reconhecimento do Mérito à Escola Secundária da Sé.
Ricardo Cordeiro 
