O “derby” concelhio entre o Mileu e o Vila Cortês do Mondego, duas equipas mais ou menos tranquilas na tabela classificativa, foi antecipado para sábado à noite no Estádio Municipal da Guarda. Não sabemos se por isso ou não, mas os opostos encontraram-se: a grandiosidade do Estádio para tão pouca gente e o medíocre espectáculo.
O Mileu, com vantagem em termos pontuais, viu-se e desejou-se para alcançar a igualdade que só conseguiu já em cima do minuto 90. A primeira metade foi de mau nível futebolístico, apenas com uma oportunidade de golo para cada lado. A segunda metade foi bastante melhor, principalmente a partir do golo do Vila Cortês do Mondego, aos 52’. Um tento que aconteceu na sequência de uma falta de Ferreira sobre Anacleto à entrada da área. Saraiva, na cobrança, bateu em jeito, não dando qualquer hipótese de defesa a Sampaio. A partir daí, a equipa visitante quase abdicou do ataque, muito por culpa também da subida no terreno do Mileu. Desta forma, os comandados de Ismael Rodrigues tentaram explorar a defesa contrária apenas em lances de contra-ataque. Ainda assim, foi a equipa da Guarda quem mais desperdiçou. Acelino, por uma vez, Pirri e Gaspar, cada um em três situações claras para marcar, foram os mais perdulários.
Apesar das falhas na concretização, de realçar o excelente desempenho do guardião forasteiro, Ricardo, a passar por um bom momento de forma. Em cima do minuto 90’, o Mileu repôs um pouco de justiça no resultado. Na sequência de uma jogada à entrada da área, a bola acabou por sobrar para Barata que não enjeitou a oportunidade para igualar o marcador, num remate forte, cruzado e rasteiro. Já em tempo de compensação, os anfitriões podiam ter chegado à vitória, mas Pirri voltou a não acertar com o alvo. Quanto à equipa de arbitragem pareceu-nos ser a pior das três. As faltas de comunicação e entendimento dos três juízes pioraram ainda mais o cenário a que estivemos expostos.
António Fonseca, “Jogo Limpo”, Rádio F
