A primeira semana de outubro foi marcada por uma subida geral no mercado secundário das yields da dívida soberana na Europa e nos Estados Unidos, de acordo com o “Expresso”.
No caso das Obrigações do Tesouro português (OT), no prazo de referência a 10 anos, as yields atingiram um máximo de quase oito meses, fechando ontem em 3,59 por cento. Durante a sessão de ontem chegaram a subir até 3,6 por cento, um nível que já não se registava desde meados de fevereiro, depois da crise do Grexit e da reação internacional à decisão do Banco de Portugal em transferir alguma dívida sénior do Novo Banco para o BES «mau».
Uma vez mais, as yields das OT foram as que mais subiram na zona euro ao longo da semana. Em relação ao final de setembro aumentaram 26 pontos base (equivalente a 26 décimas), acima da subida de 18 pontos base para as obrigações italianas, 14 pontos base para as obrigações irlandesas e espanholas, 13 pontos base para as alemãs (que regressaram a terreno positivo) e, apenas, três pontos base para as gregas. Fora da zona euro, as yields dos títulos britânicos subiram 22 pontos base, regressando a próximo de 1 por cento, e as dos títulos do Tesouro norte-americano aumentaram 14 pontos base subindo para 1,73 por cento. Fruto deste movimento altista, as yields das obrigações espanholas e irlandesas a 10 anos afastaram-se dos mínimos históricos a que tinham chegado na última semana de setembro.
O mesmo padrão verificou-se com o prémio de risco. O risco de Portugal foi o que mais subiu durante a semana entre os periféricos, fechando em 357,2 pontos base (cerca de 3,6 pontos percentuais de diferença em relação ao custo de financiamento da dívida alemã). Mantém-se, ainda, abaixo do máximo de mais de 371 pontos base registado a 11 de fevereiro. Em relação ao final de setembro, o prémio aumentou 12 pontos base para Portugal, cinco pontos base para Itália e Irlanda, e desceu ligeiramente para Espanha e mais acentuadamente para a Grécia.