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Junta de Freguesia por empossar no Marmeleiro seis meses após as autárquicas

Candidato do PSD venceu eleições e quer formar Junta, mas CDS e PS também reclamam lugar no órgão executivo e colocaram David Barbeira em minoria criando impasse governativo que dura desde outubro de 2017.

A Junta de Freguesia do Marmeleiro (Guarda) continua por empossar seis meses depois das eleições autárquicas, ganhas por David Barbeira (PSD) com 42,56 por cento dos votos e três mandatos na Assembleia de Freguesia.

Os mesmos que Edite Barbeira (CDS-PP), que obteve 35,64 por cento, enquanto Joaquim Martins (PS) ficou-se pelos 14,53 por cento e conseguiu um mandato. Perante estes resultados, a centrista reclamou um lugar na Junta, formada por presidente, secretário e tesoureiro, tal como o candidato socialista, e desde então a falta de entendimento entre as partes impediu a tomada de posse da Junta e da Assembleia de Freguesia, que funcionam em regime de auto-gestão, e não há perspetivas de uma solução de consenso. Tudo porque o PSD não abdica de constituir o órgão executivo da Junta, enquanto Edite Barbeira e Joaquim Martins também não prescindem de ter representatividade. O impasse dura há seis meses e poderá resultar na marcação de novas eleições no Marmeleiro. O novo braço-de-ferro deverá acontecer no final do mês, a última hipótese para o presidente eleito apresentar, e fazer aprovar, o balanço de contas.

Contactada por O INTERIOR, a candidata do CDS-PP delegou no presidente da Distrital centrista qualquer comentário sobre a situação e para Henrique Monteiro o partido «entende que deve participar no governo da freguesia na exata proporção daquilo que foi o voto expresso em urna». O dirigente, também líder da concelhia guardense e deputado municipal, acrescentou que da parte do CDS-PP não existe obstaculização: «Há toda a disponibilidade, reiterada vezes sem conta, de participar numa solução de compromisso, na exata medida daquilo que foram os resultados eleitorais, para bem da freguesia», sublinhou Henrique Monteiro. Na sua opinião, a possibilidade de repetir eleições «será uma decisão que caberá a quem não quer chegar a consenso». «Se o povo disse que queria 3, 3, 1, não sei se alguém terá legitimidade para poder continuar a afirmar que só uma força é que governa a Junta», considera Henrique Monteiro, reiterando que o CDS-PP está disponível para participar «em todas as reuniões necessárias para encontrar a solução para a freguesia».

O INTERIOR contactou também o candidato do PS, Joaquim Martins, que por agora optou por não prestar declarações, dizendo apenas que está disponível para integrar a Junta. Por sua vez, apesar de vários contactos, David Barbeira não teve disponibilidade para falar com O INTERIOR até ao fecho desta edição. Entretanto, o recém-eleito presidente da secção do PSD da Guarda anunciou que a primeira reunião da comissão política concelhia terá lugar no Marmeleiro para «apoiar e manifestar solidariedade ao nosso eleito», disse Tiago Gonçalves.

Sara Guterres

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