Juno chegou a Júpiter! No dia 4 de julho de 2016, a sonda espacial Juno chegou a Júpiter, cumprindo assim o desígnio a que a missão dirigida pela NASA se propôs. A partir de agora, vão começar a surgir novos dados sobre este gigante gasoso com os quais iremos conhecer mais e melhor o maior planeta do Sistema Solar. Esta sonda terá como principais tarefas compreender a origem e a evolução do planeta, observar auroras e realizar medições da quantidade de água e amónia na atmosfera.
Apesar de estarmos entusiasmados com o que poderemos extrair cientificamente desta missão, Júpiter não é um planeta desconhecido uma vez que já existe informação sobre este gigante gasoso. Júpiter é, de longe, o maior planeta do sistema solar. É suficientemente grande para conter todos os outros planetas. É o primeiro dos gigantes gasosos – os planetas compostos principalmente por fluídos, em vez de rochas e metais, embora possivelmente contenha um núcleo de rochas ou gelo.
As imagens que vemos de Júpiter são quase sempre da face exterior da sua atmosfera, uma camada espessa de hidrogénio e hélio muito agitada. Outro aspeto que caracteriza o planeta são as manchas que o atravessam, visíveis da Terra, mesmo com um telescópico modesto. As regiões mais escuras chamam-se “cinturões” e as mais brilhantes, a uma altitude superior, e portanto, mais expostas à luz solar, chamam-se “zonas”. Ambas se estendem em volta do planeta devido à sua rápida rotação. Um outro aspeto característico de Júpiter é a Grande Mancha Vermelha. Trata-se de uma tempestade semelhante a um furacão, duas vezes maior que o próprio planeta Terra, e que já existe há vários séculos. A sua cor vibrante resulta da presença de certas moléculas, em particular da fosforina. Tal como Saturno, Júpiter também tem um sistema de anéis. No entanto, são muito escuros e transparentes, e apenas são visíveis da sombra de Júpiter, protegida do brilho do Sol.
Júpiter destaca-se também por outras razões que não o tamanho: tem igualmente o maior número de satélites naturais do sistema solar. Até ao momento, foram descobertos 63. Entre estes, encontram-se os chamados satélites galileanos – quatro – descobertos em 1609 por Galileu, que são consideravelmente maiores que os outros, dos quais apenas 34 têm nome. Os satélites galileanos estão entre os quatro maiores satélites do sistema solar e um deles, Ganimedes, é mesmo maior que Mercúrio. Estes satélites formaram-se em órbita à volta de Júpiter quando o próprio planeta ainda estava em formação, e cada um deles tem características diferentes. Io é o mais próximo de Júpiter, é rochoso e vulcânico; o Europa é um satélite rochoso, com uma superfície gretada de água gelada; Ganimedes é semelhante a Europa, mas a sua superfície é muito mais antiga; e a superfície gelada de Calisto é das mais marcadas pelas crateras de impacto em todo o sistema solar.
Por: António Costa