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Jovem da Guarda produz cerveja artesanal em Coimbra

João Gonçalves, colaborador de O INTERIOR, e os seus colegas de casa querem comercializar “A Cabra”, uma cerveja de Coimbra para o resto do país. A recolha de apoios já arrancou e o objetivo é ambicioso: reunir quatro mil euros até final de setembro.

O guardense João Gonçalves, de 22 anos, juntou-se aos três colegas de casa, em Coimbra, para produzir cerveja artesanal. O gosto por este tipo de produção não é de agora, mas depois de uma «brincadeira» entre amigos, os estudantes resolveram tentar lançar-se no mercado: «Decidimos fazer cerveja pela experiência, mas ficou mesmo muito boa, pelo que resolvemos criar uma “pseudo-marca”», disse o jovem a O INTERIOR.

A cerveja ganhou o nome de um marco da cidade: “A Cabra”, um dos sinos da torre da universidade, que marcava o acordar e recolher dos estudantes. O quarteto está à procura de apoios, sendo que o crowdfunding, que arrancou no dia 8, permite aos interessados financiar o projeto em troca de ofertas e publicidade, descriminadas em br.ulule.com/a-cabra-craftbeer. A recolha termina no dia 30 de setembro, tendo como meta os quatro mil euros que, não sendo atingidos, implicam a devolução do dinheiro depositado pelos respetivos apoiantes. «Sabemos que o objetivo é alto, mas se não fosse nem valia a pena avançarmos», considera João Gonçalves, adiantando que «já investimos uma quantidade de dinheiro razoável».

“A Cabra” é produzida exclusivamente pelos quatro na cozinha da casa: «Fazemos cerca de 15 litros de cada vez, o que demora de três a quatro semanas. Também somos nós que engarrafamos: reutilizamos garrafas, compramos caricas e mandamos imprimir os rótulos», conta. «Sempre tive este “bicho” de querer fazer cerveja, mas sinto que em Coimbra há um valor diferente, não descurando a possibilidade de acontecer na Guarda», afirma. O grupo quer fazer uma cerveja de Coimbra, mas com os “olhos postos” em mais cidades: «Temos interessados em Aveiro, Guarda, Porto, Algarve, Lisboa e em todo o distrito de Coimbra; e tivemos encomendas a que não podemos responder do Canadá, Estados Unidos, Alemanha e França», indica João Gonçalves. O mercado a que querem pertencer é «diferente da cerveja dita normal», já que se trata de um mercado «onde as coisas são sempre mais caras. O objetivo é criar valor à volta do prazer de beber cerveja de outro tipo», defende João, salientado que «em Coimbra estão a abrir bares direcionados para o público a que queremos chegar. Temos o caso da Sovina, uma cerveja artesanal do Porto que é vendida num bar da cidade, e que todas as semanas está esgotada», indica. Este tipo de cerveja está na «moda», mas nada que desmoralize o quarteto: «É bom ter concorrência, e melhor ainda ter concorrência de qualidade», atesta.

O guardense é aluno de gestão, assim como dois dos colegas de casa, sendo o outro de Ciências Farmacêuticas: «Se falarmos em gestão, estamos bem nesta área porque há aspetos de decisão, contabilidade e gestão de qualidade», salienta. Todavia, o jovem recusa o conceito de empreendedorismo: «Não gosto dessa ideia, as pessoas são comodistas ou não. Estamos a correr riscos e queremos levar isto para a frente», assegura. «Se não conseguirmos através do crowdfunding provavelmente vamos investir mais dinheiro nosso, mas esta ajuda era muito importante», considera. João Gonçalves defende que «somos a cerveja do centro, porque somos de Aveiro e da Guarda, e a cerveja vai estar radicada em Coimbra», refere, acrescentando que trará “A Cabra” «para tantos espaços da Guarda quanto possível».

Sara Quelhas “A Cabra” poderá ganhar corpo através do crowdfunding

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