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José Cunha passa de “laranja” a “rosa”

Ex-presidente da concelhia da Guarda do PSD é candidato pelo PS à Assembleia de Freguesia de Meimão (Penamacor)

José Cunha, ex-director clínico do Hospital da Guarda, é candidato pelo PS à Assembleia de Freguesia de Meimão, no concelho de Penamacor, nas autárquicas de domingo. O médico pneumologista, que até há bem pouco tempo foi vice-presidente da concelhia do PSD da Guarda, explica esta autêntica “cambalhota” política com o facto de dar mais importância às pessoas do que à cor partidária.

A esta mudança de “laranja” para “rosa” não é alheio o facto do actual autarca de Penamacor, Domingos Torrão, eleito há quatro anos como independente apoiado pelo PSD, se recandidatar à presidência da Câmara, mas pelo PS. José Cunha recorda que, no mandato que agora termina, foi eleito para a Assembleia Municipal penamacorense integrando a lista do PSD com um executivo de independentes. Agora, optou por acompanhar as mesmas pessoas com quem trabalhou no último mandato, candidatando-se em Meimão, a sua terra natal. «Sempre coloquei as pessoas em primeiro lugar e é exactamente com as mesmas pessoas com quem tenho trabalhado até agora que eu continuarei, assim o espero, a trabalhar após as eleições», refere. José Cunha realça que a equipa que integra tem «apostado bastante na questão da prioridade das pessoas» e coloca a «bandeira partidária como facilitadora do bem comum», sublinha. De resto, «se porventura» essa bandeira partidária prejudicar o relacionamento entre as pessoas, ela será «posta de lado», garante. Esta é uma «maneira de trabalhar», considera o médico, que assegura não ser a cor político-partidária que o «faz agir», garantindo, por outro lado, que o partido «nunca foi um bloqueador de qualquer acção» mesmo enquanto director clínico do Sousa Martins.

Antes de integrar uma lista socialista, o médico solicitou, em tempo oportuno, a suspensão da sua inscrição no PSD e também a demissão das funções de vice-presidente da concelhia guardense. Apesar disso, o candidato põe de lado a hipótese de voltar ao PSD, embora também não se tenha filiado no PS. «Neste momento não tenho inscrição. Apenas faço parte de uma lista do Partido Socialista», esclarece. José Cunha prefere ser um «cidadão livre» para poder integrar e colaborar no grupo que considera «mais válido para a gestão pública» e para «fazer mais» pela sua aldeia. Confrontado com esta situação, Couto Paula, presidente da concelhia social-democrata da Guarda, diz entender a posição do médico: «Estava muito dedicado, em termos autárquicos, à sua terra, portanto compreendo isso perfeitamente», comentou. Mas garante que o caso será analisado «a seu tempo», pois o PSD terá que tomar algumas decisões, «não só relativamente a ele, mas também a outros», realça.

Ricardo Cordeiro

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