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José Albano reeleito com 68 por cento de abstenção

Novo mandato do presidente da Federação do PS da Guarda começa com nova polémica com a concelhia da sede de distrito

A abstenção estragou a reeleição de José Albano Marques na presidência da Federação do PS da Guarda. Na última sexta-feira, apenas 31,5 por cento dos militantes em condições de votar participaram no acto eleitoral, ofuscando aquele que já era considerado o passeio do líder a caminho do segundo mandato. Como se não bastasse, a aparente unanimidade desta candidatura foi contrariada pelo surgimento de uma lista adversária de delegados na Guarda, que foi recusada pela Comissão Organizadora do Congresso (COC) e não foi a votos.

Em números, esta eleição fica para a história do PS guardense como uma das menos participadas. Dos 2.438 inscritos foram às urnas 769, sendo que 24 militantes votaram em branco e 10 escolheram o nulo. No final, José Albano Marques foi reconduzido por 735 votos, menos 242 sufrágios que em 2008, quando teve Eduardo Brito por oponente. O vencedor analisou estes dados pela positiva ao constatar que foi sufragado por mais de 95 por cento dos votantes. «É uma das melhores votações que houve na Federação», declarou, mostrando-se «bastante contente» com o resultado. Dizendo ter-se empenhado na última semana da campanha para que os militantes não ficassem em casa, o presidente reeleito considerou que «ganhou uma candidatura encarnada por um líder e por um projecto para o PS distrital». A sua moção “Guarda Maior, a Força de Sempre!” será debatida no congresso federativo de dia 23, onde dispõe da unanimidade dos delegados.

Até lá, José Albano Marques reitera que o grande objectivo deste mandato é contribuir para fazer do PS o partido maioritário nas Câmaras do distrito nas próximas autárquicas, que vão acontecer em 2013. Antes, conta ajudar a candidatura de Manuel Alegre nas Presidenciais, marcadas para 23 de Janeiro de 2011. Menos pacífica foi a eleição de delegados pela concelhia da Guarda, já que, à última da hora, o seu presidente apresentou uma lista alternativa aos apoiantes do presidente candidato liderada por António Carlos Santos, presidente da COC. Além de Nuno Almeida, dela constavam nomes como António Saraiva, Virgílio Bento, José Assunção ou José Martins Igreja, entre outros, mas a COC rejeitou, por maioria, a sua participação no acto eleitoral com o argumento de que não era afecta a nenhuma moção sectorial. Em consequência, os seus elementos não votaram neste escrutínio e recorreram do impedimento para a comissão federativa de jurisdição, cuja decisão ainda não era conhecida à hora do fecho desta edição.

Em comunicado, os candidatos a delegados pela moção “A Guarda Primeiro” criticaram a decisão da Comissão, que consideram não ter «base legal fundamentada», sendo, por isso, de «cariz político e persecutório ao limitar aos militantes da concelhia da Guarda os direitos de expressão e à participação» consagrados nos Estatutos do PS. E argumentam que, por se tratar de uma moção sectorial, esta «não tem que apresentar um candidato a presidente da Federação nem reger-se pelas respectivas normas estatutárias ou deliberações que visem tal acto eleitoral». Os contestatários de José Albano Marques acrescentam que esta recusa só pode resultar de uma «perseguição por delito de opinião», além de ser uma «tentativa torpe de limitar a acção política da concelhia da Guarda, com o objectivo de a colocar numa posição de isolamento e secundarização».

Luis Martins José Albano foi eleito com 735 votos, menos 242 que em 2008, quando concorreu contra Eduardo Brito

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