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Jorge Sampaio chumba zona de jogo na Serra da Estrela

Carlos Pinto critica a decisão do Presidente da República e espera que José Sócrates aprove «rapidamente» o projecto

«Não estamos a brincar aos projectos turísticos e a decisão [de Jorge Sampaio] vem empatar o desenvolvimento do interior do país», considera Carlos Pinto após saber do veto do Presidente da República à criação de uma zona de jogo na Serra da Estrela. Jorge Sampaio chumbou o diploma na semana passada por entender que esta era uma matéria que transitava para o novo Executivo visto ter sido aprovado no Governo de gestão liderado por Pedro Santana Lopes.

Surpreendido com a decisão, o autarca covilhanense lamentou «profundamente» o atraso do projecto, que apenas terá sido remetido ao novo Governo «três semanas depois» de estar em funções. «No nosso país, há uma velocidade de decisão quando o casino é localizado em Lisboa e uma outra quando é localizado no interior. Não estou de acordo com isto e quero expressar o meu protesto pela forma como o país é conduzido pelos responsáveis», acusou Carlos Pinto, ainda esperançado que o novo Governo aprove «rapidamente» o projecto. Até porque, salientou, há «vários grupos» interessados em explorar a zona de jogo da Serra da Estrela, que, para além de um casino, inclui também a construção de duas unidades hoteleiras, 600 casas de montanha, posto de saúde, posto da GNR, zonas de comércio e lazer e a construção de diversos equipamentos. «Esta decisão do Presidente da República é um grande atraso para o projecto», admitiu o autarca, que espera agora por uma reunião com José Sócrates para explicar a importância do empreendimento para a região.

«Espero que o primeiro-ministro, que conhece bem a região e sabe do que necessitamos para nos desenvolvermos, possa ter uma opinião favorável, que aprove de novo este diploma e considere que as razões de desenvolvimento regional se devem sobrepor às razões políticas, que não têm qualquer justificação neste contexto», sublinhou. É que, para Carlos Pinto, a zona de jogo irá criar uma nova «frente turística» e «acelerar» a economia regional através da criação de mais postos de trabalho, das receitas directas geradas e dos efeitos que induzirá noutras actividades ao atrair um total de três milhões de pessoas. Uma estimativa que fica a dever-se ao facto da região estar fora das áreas de influência dos casinos do Estoril, Figueira e Espinho, abrangendo os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco e Portalegre, bem como as regiões espanholas de Salamanca, Badajoz e Cáceres.

Já Artur Costa Pais, administrador da Turistrela – concessionária do turismo na Serra da Estrela e impulsionadora do projecto, disse «estar à espera» desta decisão presidencial precisamente pelo casino ter sido aprovado num Governo de gestão. De resto, não tem dúvidas de que o projecto será aprovado pelo novo Executivo socialista, pois «existem todas as condições para isso», garante, aludindo a algumas das conversas que tem mantido com membros do actual Governo. Segundo Artur Costa Pais, a «mais-valia» do projecto não é o casino, mas sim o conjunto de equipamentos desportivos, culturais e hoteleiros que serão construídos por quem ganhar a concessão do casino.

Liliana Correia

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