A Comunidade de Leitores “Aperto Libro” do Departamento de Línguas e Culturas da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), vai terça-feira debruçar-se sobre a “Autobiografia do General Franco”, de Manuel Vázquez Montalbán, recentemente falecido. O livro, apresentado por Jorge Mendes, presidente do IPG, na biblioteca municipal é uma recriação magistral da Espanha da Guerra Civil e da ditadura franquista. Centrada na figura do ditador – que surge aqui como personagem ambicioso, inculto, mais esperto que inteligente, convencido de que é a reincarnação do Messias, esta obra alarga-se também a uma multidão de outros figurantes do grande drama que foi a história de Espanha no século XX. Manuel Vázquez Montalbán nasceu em Barcelona em 1939. Foi um dos mais importantes e prolíficos escritores espanhóis contemporâneos. Romancista, contista, cronista, ensaísta, poeta, jornalista, autor de livros de cozinha, Manuel Vázquez Montalbán é, em toda esta múltipla actividade, sempre perfeitamente inconfundível. A facúndia, a invenção narrativa, o ímpeto do sarcasmo e da ira, o gosto pela imagem, a capacidade de invocar os cheiros e os sabores e uma inteligência que constantemente perscruta e desvenda, são a marca forte do enorme talento de Montalbán. Em 1995 obteve o Prémio Nacional das Letras Espanholas pelo conjunto da sua obra. O escritor faleceu em Outubro passado. Trata-se da segunda conferência a realizar por esta entidade na biblioteca municipal da Guarda com o objectivo de transmitir o gosto pela leitura, livros ou autores. A comunidade de leitores pretende proporcionar um espaço de «conversas comuns» em que os conferencistas convidados falam sem preocupações de ordem formal sobre um autor, um livro ou uma obra. O ciclo, que vai prolongar-se até Maio do próximo ano, foi inaugurado com a análise da obra de Jorge Luís Borges e contará, dia 11 de Dezembro, com o contributo de Luísa Campos sobre T.S. Eliot.