O optimismo reina na candidatura socialista à Câmara da Guarda. A tal ponto que o cabeça-de-lista já diz que vai ser o futuro presidente do município. Um estatuto reclamado pela primeira vez na última segunda-feira, durante a visita ao Hospital Sousa Martins, quando Joaquim Valente assumiu que, «enquanto futuro presidente», vai melhorar as acessibilidades à futura unidade e construir um parque de estacionamento. Tanta confiança é explicada pelo facto de «estar tudo definido» nestas eleições, segundo o candidato. Resta apenas saber se o engenheiro consegue eleger cinco vereadores.
Uma aposta que não faz por enquanto, preferindo continuar a empenhar-se em «falar com as pessoas, transmitindo uma mensagem de confiança graças a um programa e a uma lista honestas», sustenta. Para o PS, o tempo ainda não é de desmobilização. Antes pelo contrário, uma sondagem efectuada pelo partido no dia do jantar-comício com Sócrates dava apenas uma vantagem de pouco mais de sete pontos percentuais a Joaquim Valente em relação a Ana Manso. Contudo, a vitória estará segura e essa certeza já tresanda pela caravana. O candidato está menos tenso e mais seguro de si, um à-vontade igualmente praticado pelos seus seguidores. Alguém diz mesmo que este é «o Valente que conhecemos». No hospital, acompanhado apenas de Virgílio Bento, Joaquim Valente jogou literalmente “em casa”. Ficou a conhecer de perto o projecto de remodelação do Sousa Martins e visitou depois as instalações, tudo propício para responsabilizar «quem toda a gente sabe» pela paragem do projecto do novo hospital. «Não tinha muitas dúvidas em relação ao que vinha encontrar, como também nas as tinha quanto ao futuro porque finalmente, após três anos de discussões fúteis, há indicadores claros de que a Guarda vai ter um hospital à medida das suas necessidades», disse.
«Ninguém o poderá travar», acredita, espera que o concurso público para a sua construção seja aberto «daqui por um ano». De resto, Joaquim Valente ficou surpreendido ao saber que a nova unidade vai movimentar diariamente mais de duas mil pessoas, pelo que prometeu «adequar» a estrutura viária na envolvente e criar um novo parque de estacionamento. Na sua opinião, esta intervenção pode ser o princípio da requalificação do Parque da Saúde. Mas até lá, ainda há muito a fazer. Nomeadamente no Sousa Martins, onde a exiguidade de alguns serviços surpreendeu o candidato, caso da Oftalmologia e Otorrino, cuja sala de espera é no corredor de acesso ao edifício das Urgências. «Há um fluxo de gente brutal para o espaço disponível», explicou Luís Ferreira, o director clínico. Em contrapartida, Valente elogiou a unidade de Oncologia e o serviço de Pneumologia, dois sectores «de ponta» no hospital da Guarda. O mesmo já se poderá dizer da Pediatria, onde nasceram os dois filhos de Joaquim Valente, actualmente com sete especialistas e mais um a caminho. «Mal», na opinião de Fernando Girão, está agora Radiologia, cuja única médica foi embora, um ano depois da polémica saída de Graça Simões. Outro motivo de preocupação está na Cardiologia, mas por causa da idade adiantada dos seus médicos.
Luis Martins