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Já!

Menos que Zero

Abriu em Castelo Branco a loja “Ponto Já”, uma espécie de loja do cidadão para jovens com salas de informática e espaços de aconselhamento.

Esta inauguração motivou uma reacção negativa da Câmara da Covilhã que está contra a abertura da loja em Castelo Branco antes de o mesmo ter sucedido na Covilhã. Segundo a Câmara, a abertura da loja covilhanense estava prevista para o passado mês de Junho, mas até agora nada foi feito. Como forma de protesto, a autarquia covilhanense aprovou uma moção onde exige a abertura da loja “Ponto Já” na Covilhã antes do final do ano, evitando assim ter de esperar por uma segunda fase que só começará após a abertura de lojas em todas as capitais de distrito.

Apesar do período pré-eleitoral que o país atravessa, a atitude da autarquia covilhanense tem de ser vista como mais uma prova de um certo bairrismo bacoco que ainda existe em algumas instituições com responsabilidades. Infelizmente, atitudes como esta só contribuem para piorar as relações entre cidades que deveriam apostar na complementaridade como factor de desenvolvimento.

É importante dizer que a reivindicação de um espaço do Instituto Português da Juventude (IPJ) na cidade da Covilhã faz todo o sentido. A compra de um bilhete para os festivais de Verão ou a inscrição em actividades do IPJ, por exemplo, obrigam a uma deslocação a Castelo Branco, o que nem sempre é possível.

O mais curioso é que a loja “Ponto Já” poderia instalar-se rapidamente num local existente na cidade: o Cibercentro da Covilhã. Nesta estrutura, à qual o IPJ está ligado, existem salas de computadores, biblioteca, zonas de convívio e um conjunto de espaços onde poderiam ser instalados todos os serviços de apoio a jovens. A colocação da loja “Ponto Já” no Cibercentro da Covilhã poupava uns milhares de euros ao Estado e permitia que, no curto prazo, os jovens da Covilhã tivessem acesso às vantagens de uma loja “Ponto Já”.

Porém, a resolução deste problema não parece ser uma prioridade para a Câmara, mais interessada em criar conflitos que tenham impacto na comunicação social e ajudem a construir a imagem de uma Câmara que defende os interesses locais. Só é pena que muitos destes conflitos redundem num adiar da resolução dos problemas, com prejuízo para os cidadãos que, neste caso, são os jovens do concelho.

Por: João Canavilhas

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