João Belo Rodeia, presidente do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), visitou a Sé da Guarda na última sexta-feira, onde assinou um protocolo com a autarquia local para a iluminação exterior da catedral e apresentou um desdobrável informativo sobre o templo em quatro línguas (português, inglês, espanhol e francês). Uma oportunidade aproveitada por Maria do Carmo Borges para insistir junto do responsável máximo do IPPAR pelo órgão de tubos e a necessidade de um guarda-museu a tempo inteiro para evitar que os turistas encontrem o monumento de portas fechadas aos fins-de-semana.
A visita serviu ainda para conhecer as obras actualmente em curso na Sé e que consistem na construção de uma rampa de acesso para deficientes e a instalação de um novo presbitério. Trabalhos que serão sujeitos a algumas alterações, nomeadamente no altar-mor, cuja nova configuração não é do agrado dos párocos. Já o restauro do Retábulo de João de Ruão deverá iniciar-se dentro em breve, completando assim a segunda fase da intervenção do IPPAR na Sé, orçada em mais de 185 mil euros. De resto, o instituto tem um plano ambicioso para o monumento. Iniciado há três anos, consistiu já na limpeza exterior das fachadas, consolidação das torres sineiras, drenagens e reparação dos vitrais, com um custo total de mais de 270 mil euros. Vai prosseguir com a remodelação global e substituição das infraestruturas eléctricas e instalação sonora e o arranjo das instalações sanitárias (cerca de 101 mil euros), bem como a aquisição de mobiliário para a recepção, trata-se de uma terceira etapa que está ainda em fase de projecto. Para breve está o arranque da obra de iluminação exterior monumental da catedral, a suportar pelo IPPAR e a Câmara da Guarda a partir de um projecto da Direcção Regional de Castelo Branco do Instituto Português do Património Arquitectónico, orçado em cerca de 80.500 euros financiados pelo Urbcom. Assim sendo, o IPPAR prevê investir perto de 590 mil euros na Sé da Guarda, o que agrada a Maria do Carmo.
Contudo, a autarca não esquece o tema do órgão de tubos, um instrumento por instalar há cinco anos: «Trata-se de um elemento muito importante para a Sé depois de todo este trabalho no edifício», recordou, pedindo a colaboração do IPPAR numa intervenção «urgente» na Torre dos Ferreiros. Mas João Belo Rodeia não se quis comprometer e prometeu estudar o assunto, não sem antes referir que o imóvel precisa mesmo é de «cuidar das humidades e infiltrações».Quanto ao guarda-museu, o responsável referiu ser «extremamente difícil contratar ou requisitar pessoal» de momento através do IPPAR, confiando que possa ser encontrada uma solução conjunta com a autarquia. Já a brochura apresenta-se na forma de um guia ilustrado com excelentes fotografias da Sé, um texto completo sobre o monumento e as suas preciosidades, bem como dois diagramas da planta geral da catedral e do retábulo da Capela-Mor. O desdobrável indica ainda os horários das visitas, das missas e a forma como chegar à cidade. Trata-se de um documento que vai estar disponível em todos as delegações do IPPAR, postos de turismo e na autarquia.
Luis Martins
