Arquivo

IPG ganha 237 novos alunos na segunda fase

Apesar das engenharias, a ESTG deu um «salto qualitativo e quantitativo muito grande», continuando as outras escolas perto dos cem por cento de ocupação

«Ultrapassámos as minhas expectativas», suspirou Jorge Mendes a “O Interior”, perante os resultados da segunda fase de acesso ao ensino superior relativos ao Instituto Politécnico da Guarda, conhecidos na última terça-feira. As Escolas Superiores de Turismo e Telecomunicações (ESTT), de Seia, e a de Enfermagem mantiveram os 100 por cento de colocados da primeira fase, a de Educação (ESEG) permaneceu dentro dos «bons» valores atingidos nesse primeiro “round” (93 por cento) e a de Tecnologia e Gestão (ESTG) recuperou «muitíssimo».

Este era, de resto, o resultado aguardado quer pelo presidente do IPG, quer pelos directores das escolas que já em Setembro tinham ficado bastante satisfeitos com os resultados da primeira candidatura. No entanto, apesar deste cenário cor-de-rosa, há 85 vagas por preencher. Das 322 disponíveis para esta etapa – fruto de alunos colocados que não se matricularam, vagas libertadas por recolocação de alunos noutra instituição na segunda fase ou por empate (no caso de existirem dois alunos com a mesma média) – o IPG conseguiu ocupar 237. Na ESEG, a primeira fase tinha sido muito positiva, tendo apenas a licenciatura de Professores de Ensino Básico, variante de Educação Musical, ficado aquém das expectativas. Recorde-se que das 240 vagas disponíveis, 233 foram ocupadas, restando apenas os 17 lugares desse curso que só conseguiu cativar três alunos. Apesar desse sucesso, muitos dos colocados não se matricularam e por isso sobraram vagas para esta volta. Assim, das 74 vagas disponíveis, a ESEG só preencheu 59, graças novamente a Educação Musical que apenas atraiu quatro novos alunos. Surpresa maior foi o novo curso de Animação Sociocultural que tinha preenchido as 40 vagas propostas na primeira fase, mas 13 desses alunos não se matricularam, um ingressou por vaga adicional, o que perfez um total de 12 vagas para este “round”, agora totalmente ocupadas.

Já na ESTG, o cenário foi bem diferente do primeiro, embora com 87 vagas vazias. Das 228 propostas, apenas 141 foram ocupadas, perfazendo uma taxa de ocupação na ordem dos 62 por cento (contra 45 da primeira fase). As engenharias voltaram a ser os cursos menos procurados, à excepção de Civil que preencheu as 15 sobras da fase anterior. Por outro lado, Informática continua a perder alunos, pois só conseguiu cativar 18 estudantes para os 48 lugares da primeira etapa. Topográfica também ficou aquém do desejado, com apenas seis novos alunos para as 15 vagas disponíveis. Mecânica segue-lhe com apenas cinco interessados para 17 sobras da primeira fase. Mais berrante foi o resultado de Ambiente que só ocupou três das 27 vagas (22 sobras e cinco alunos não matriculados). Ainda assim, há cursos que vão ter sala cheia: Marketing, que já na primeira fase tinha preenchido todos os lugares, embora com muitas desistências; Contabilidade e Auditoria (regime nocturno e diurno) e Gestão. O mesmo não acontece com Secretariado e Assessoria de Direcção, que apenas preencheu 18 das 38 vagas (31 sobras mais sete não matrículas) colocadas à disposição.

Mecânica teve a pior média nacional

Finalmente, também na ESTT houve 16 desistências na primeira fase, agora completamente preenchidas no único curso de Turismo e Lazer. O mesmo acontece com a ESEnf, que cativou mais 18 novos alunos para apenas quatro vagas nos cursos de Enfermagem (1º e 2º semestres), tendo ainda as duas médias mais altas do IPG (15 e 14,1 valores). Por outro lado, a pior nota foi a de Engenharia Mecânica, que também é a pior média do curso a nível nacional. Uma realidade que não preocupa Constantino Rei, para quem se trata de um valor insignificativo, porque «o universo é muito reduzido e tudo depende dos critérios das escolas». Apesar disso, o director da ESTG destaca a «clara melhoria» desta fase em relação à primeira, tendo ficado «ligeiramente» acima das expectativas. Constantino faz apenas um reparo à Engenharia do Ambiente onde esperava um desempenho «bem melhor», mas considera que no cômputo geral a ESTG «deu um salto qualitativo e quantitativo muito grande». «Já sabíamos que íamos ter mais alunos agora», continua, explicando que, como habitualmente acontece, os alunos escolhem primeiro as instituições do litoral e só depois «recorrem» às do interior. Ainda assim, Jorge Mendes considera que o IPG está a recuperar «lentamente» de há pelo menos dois anos a esta parte, realçando que este ano foi «muito bom, tivemos uma recuperação muito boa». «Estou extremamente feliz», desabafa o presidente, lembrando que na primeira fase do concurso o Politécnico da Guarda foi o que «mais» cresceu e que nesta fase «não deve faltar muito para estar no primeiro lugar também».

Rita Lopes

Sobre o autor

Leave a Reply