O Ministério da Educação e Ciência (MEC) vai recuar nos cortes ao ensino superior público, reafetando verbas próprias e contando com um reforço acordado com o Ministério das Finanças.
De acordo com a decisão revelada na passada quinta-feira, o que está em causa para politécnicos e universidades é a redução do corte de 9,4 por cento anunciado em outubro para os 3,2 por cento com que estas instituições estavam a contar em julho e com base nos quais elaboraram os seus orçamentos para 2013. O presidente do IPG saúda «o esforço» do Governo por ter em consideração «um aumento da despesa que não estava previsto». Constantino Rei considera que esta decisão «minimiza o impacto dos prejuízos e desta despesa adicional», embora refira que ainda não se sabem os valores exatos da redução. «Nem o ministério sabe em concreto. Foi-nos dito que apareceu uma verba adicional que irá ser reforçada, mas que nem sequer constará nos orçamentos das instituições e que quando tivessem esses cálculos prontos transmitiriam-nos esses valores», referiu.
Apesar disso, o presidente do Politécnico da Guarda admite que esta mudança vai permitir ao IPG «encarar o ano de 2013 com outra tranquilidade, sendo certo que temos de continuar o nosso esforço de racionalização e não podemos começar grandes projetos ou alimentar grandes ambições. O orçamento que temos é para gerir o dia-a-dia do Instituto e o seu funcionamento normal». Na UBI, João Queiroz considera que o Governo «recua um bocadinho, mas não tudo o que devia», dizendo que os reitores estarão atentos até conhecerem o valor exato da redução. «A tutela garantiu que o corte seria menos significativo, mas ainda estamos na expectativa. Sabemos que se situará abaixo dos 9,4 por cento, mas gostaríamos de saber o valor exato», sublinha. No entanto, para o reitor, «não nos parece que a aposta no ensino superior esteja a ser a que deveria por parte do Governo e nesse sentido não me parece razoável que o corte continue a ser superior ao que foi anunciado em agosto, na ordem dos 2,5 por cento».