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IPG com 70 por cento das vagas preenchidas na segunda fase

Área das engenharias é a que gera mais preocupação para o presidente da instituição

O Instituto Politécnico da Guarda preencheu cerca de 70 por cento das vagas inicialmente disponíveis graças aos resultados da segunda fase de acesso ao ensino superior, conhecidos na semana passada. Contudo, continua a haver muitos lugares por ocupar na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), nomeadamente em Engenharia Civil e Engenharia Informática.

Apesar de na primeira fase terem sobrado mais vagas do que aquelas que estavam inicialmente previstas, o presidente do IPG desvaloriza essa situação que vê como um «fenómeno normal» e que sucede «todos os anos e em todas as instituições». Segundo Constantino Rei, esta aparente incongruência «pode fazer alguma confusão para quem não está habituado a lidar com estas situações, mas é absolutamente normal na primeira fase o número de matrículas efectivas não corresponder ao número de vagas». De resto, há «muitos candidatos que não se inscrevem» e outros que o fazem, mas que «depois concorrem novamente na segunda fase e são recolocados». Deste modo, considera mais «relevante» fazer um balanço do número total no final do concurso: «Evidentemente que não estou satisfeito, nem nunca estarei enquanto não preenchermos a totalidade das vagas, mas apontei para um número à volta dos 70 por cento no final da segunda fase e, de facto, é esse o número que neste momento fazemos», frisa.

O recém-empossado presidente do Politécnico ressalva que, «não sendo brilhante», esta é uma situação que «garante alguma estabilidade» porque ao número de alunos que entraram nas duas fases há que acrescentar «mais de centena e meia que ingressaram através dos concursos especiais como os maiores de 23 anos e transferências, etc». Se a estes números se juntarem os alunos provenientes dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e de mestrado, o IPG terá este ano mais de 1.200 novos alunos, «um número que, a priori, nos dá uma expectativa de que não haverá uma oscilação muito forte relativamente aos outros anos», sublinha. A situação que mais preocupa Constantino Rei é a pouca procura que os cursos de Engenharia da ESTG suscitaram, em especial Civil, em que ficaram por preencher 29 vagas, e Informática, com 28. Esta é «a nossa grande dificuldade actual», uma vez que a Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto «acabou por registar uma boa taxa de colocações», com números «razoáveis».

«É provável que a terceira fase ainda revele mais algumas entradas», considerou. Já os números das engenharias são «extremamente preocupantes», em particular a Engenharia Civil, «que tem vindo a sofrer um declínio muito forte», aponta, defendendo que «este problema não é exclusivo do IPG» e acontece em «muitas instituições, em particular do interior». Neste sentido, dada a realidade, o presidente do Politécnico guardense reconhece que a continuidade de alguns cursos poderá estar em causa: «Não podemos excluir nenhuma das possibilidades, mas também não podemos tomar decisões precipitadas ou tirar conclusões aligeiradas. O que posso dizer é que no final do concurso e dos concursos especiais, depois de conhecidos todos os números, faremos o balanço e a análise do que tem sido a evolução do número de candidaturas e de colocados», adiantou.

O IPG tem ainda 262 vagas por ocupar disponíveis para a terceira fase, repartidas por 17 cursos, enquanto que na Universidade da Beira Interior (UBI) sobram 48 vagas, distribuídas por seis cursos. A nível nacional, foram colocados na segunda fase 11.412 estudantes, tendo ficado disponíveis para utilização na terceira fase 5.204 vagas. No conjunto das duas fases do concurso nacional de acesso foram admitidos neste ano 49.432 novos estudantes no ensino superior público, valor superior ao de 2009. A candidatura à terceira fase realiza-se a nível nacional e exclusivamente através do sistema on-line, entre os dias 11 e 14 deste mês, em http://www.dges.mctes.pt/.

Ricardo Cordeiro

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