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Instrumentistas de todo o mundo invadem a Covilhã

Concurso de Instrumentos de Arco “Júlio Cardona” começa amanhã no Teatro-Cine

As portas do Teatro-Cine da Covilhã abrem-se amanhã para receber 60 jovens músicos vindos de todo o mundo para prestarem provas durante sete dias na quinta edição do Concurso de Instrumentos de Arco “Júlio Cardona”, um evento bianual já consolidado no panorama musical clássico internacional.

Vindos de Portugal, Alemanha, Venezuela, Espanha, Rússia, Ucrânia, Bélgica, Inglaterra, Japão, Suíça, Polónia, República Checa, China, País de Gales, Taiwan e Uzbequistão, os jovens intérpretes vão executar peças para violino, viola e violoncelo. Para Maria Filomena Gomes, da organização, a participação de 32 músicos estrangeiros é a maior prova do «reconhecimento internacional» do concurso, que se tem pautado nas últimas edições por um «nível muito elevado» de qualidade, sustenta. Nesta edição está garantida a participação de concorrentes que frequentam as melhores escolas internacionais de música, como Moscovo e S. Petersburgo (Rússia), Berlim e Leipzig (Alemanha), Londres e a Escola Superior de Música Reina Sofia, em Madrid, para além de concorrentes de «escolas especiais para alunos sobredotados», sublinha Maria Filomena Gomes. Entre amanhã e 23 de Março, os músicos seleccionados, das 81 inscrições registadas, terão que submeter os seus talentos a um júri internacional, presidido pelo maestro Manuel Ivo Cruz, composto por Luís Sá Pessoa, Emanuel Frazão Pereira, Zofia Woycicka e Ryszard Woicicki.

As provas de selecção dos concorrentes da classe A (até 30 anos) decorrem entre hoje e domingo, enquanto na classe B (até 18 anos) realizam-se na segunda-feira. Já as fases finais de ambas as categorias estão agendadas para os dias 22 e 23. Apesar de disponibilizar um vasto leque de peças e compositores internacionais à escolha, a organização obriga os participantes a execução de uma composição de autores portugueses. Assim, os concorrentes da classe A de violino terão que tocar obrigatoriamente a “Sonata para Violino e Piano”, do maestro Ivo Cruz, enquanto na classe B é imprescindível a sonata do maestro Mello e Castro. “Kroma”, de Cláudio Carneyro, e a “Sonatina para Viola e Piano”, de Luís Costa, são outras peças obrigatórias para as classes A e B de viola, respectivamente, enquanto os participantes na secção de violoncelo terão que interpretar a “Serenata e Dança Portuguesa”, de Óscar da Silva, e “Canção e Dança”, de Frederico de Freitas. O último dia do concurso está reservado para um grande concerto da Orquestra Nacional do Tejo e para a entrega dos prémios. O primeiro classificado da classe A em cada modalidade ganhará 2.500 euros e o segundo, 1.250 euros. Na classe B, serão atribuídos mil euros ao primeiro classificado e 500 euros ao segundo. Também o melhor intérprete da peça obrigatória da classe A receberá 250 euros, enquanto na classe B terá direito a 150 euros. Já o melhor intérprete da Covilhã e o participante mais votado pelo público vão ganhar 250 euros cada.

Liliana Correia

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