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Instalações provisórias da BT custam 1.500 euros por mês

Brigada de Trânsito deverá transferir-se em meados de Janeiro para vivenda junto ao cruzamento de Pinhel

A Brigada de Trânsito (BT) da GNR da Guarda vai mudar-se de “armas e bagagens” para uma vivenda junto ao cruzamento de Pinhel, nas proximidades da A23 e do IP5. Trata-se de instalações provisórias que vão ser adaptadas para receber a unidade de trânsito da Guarda Nacional Republicana e que irão custar ao erário público cerca de 1.500 euros por mês, valor a suportar pelo Ministério da Administração Interna até que o novo quartel da GNR da Guarda, ainda sem projecto ou data definida para início da construção, fique pronto.

Entretanto, a autarquia deliberou quarta-feira contribuir com material de construção para os trabalhos de adaptação da casa à nova função, nomeadamente no espaço exterior, com a colocação de um piso betuminoso e de uma vedação. Estima-se que estas instalações provisórias possam estar disponíveis para a BT em meados de Janeiro. Esta solução transitória põe, por enquanto, um ponto final na ameaça de saída da Guarda da Brigada de Trânsito. O aviso tinha sido feito em meados de Novembro por Pedro Patrício, comandante da BT, depois de ter alertado para a falta de condições nas actuais instalações e aventado a hipótese da transferência do destacamento para Celorico da Beira. Um município então considerado geograficamente «bem localizado» e «uma solução a breve prazo» dadas as condições «incomportáveis» do actual quartel, mas sobretudo o impasse verificado na construção de novas instalações num terreno cedido pela autarquia junto ao parque industrial. A obra está adiada há mais de uma década e assim vai continuar, já que no PIDDAC para 2004 não consta qualquer verba para o projecto.

O anúncio foi bem acolhido em Celorico, onde a autarquia se disponibilizou a «fazer tudo» para receber a BT. António Caetano, autarca local, disponibilizou de imediato um terreno localizado no nó de Vila Boa do Mondego, no IP5, e considerou ser esta uma oportunidade para reivindicar a construção do novo quartel da GNR na vila, que continua a funcionar em instalações camarárias. De resto, o presidente considerou que a descentralização dos serviços do Estado também deve acontecer no distrito: «Não há nada que diga que o comando da BT deve ficar na sede do distrito. Deve sim estar onde pode efectuar o melhor serviço», sublinhou na altura o autarca. No entanto, o cenário da transferência levou a Câmara da Guarda a manifestar-se junto do comandante geral da GNR e do ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, para reclamar a construção «urgente» do novo quartel na cidade e sublinhar que «não aceita de forma nenhuma que a BT seja deslocalizada», como disse então Álvaro Guerreiro, vice-presidente, tendo recordado que a Câmara, em colaboração com a Scutvias, tinha proposto disponibilizar provisoriamente um terreno junto ao nó dos Galegos, nas proximidades da A23, e alguns pavilhões préfabricados climatizados para acolher a Brigada de Trânsito. Encontrada uma solução provisória e afastada a hipótese de transferência do comando desta força policial para outro ponto do distrito, Maria do Carmo Borges, presidente da Câmara da Guarda, considera que a sugestão de instalação em Celorico da Beira «foi mesmo uma brincadeira, de vez em quando faz bem desanuviar da política e tomar uma atitude», comentou.

Luis Martins

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