A propósito das comemorações dos 813 anos do foral da Guarda, O INTERIOR saiu à rua e perguntou aos guardenses:
• Como vê o estado atual da cidade?
• Como perspetiva o futuro?
Maria Monteiro
Idade: 91 anos
Profissão: Professora reformada
«Por enquanto acho que está mais ou menos, só que há algumas situações a retificar. Quanto ao futuro dou o benefício da dúvida, não estou otimista nem pessimista».
António Correia
60 anos
Técnico comercial
«A cidade está como o país: deplorável, sem empregos e sem ponta por onde se pegue. Grande parte dos seus habitantes está a sair, mas dizem que a culpa não morre solteira e vai-se descobrir quem a tem».
António Santos
40 anos
Operador no abastecimento e saneamento
«A Guarda parou no tempo e é preciso criar infraestruturas para estimular o seu desenvolvimento. Não acredito que haja melhorias – a acontecer serão substanciais – mas o tempo o dirá».
João
45 anos
Desempregado
«O pior atualmente é a falta de emprego, até porque vamos ficar sem o pouco que temos se não agirem com urgência. Se não se fizer nada, daqui a dez anos a Guarda não existe, passa a ser uma aldeia».
Mário
49 anos
Operário da construção civil
«A cidade está cada vez pior, não há volta a dar. As oportunidades de emprego são poucas e a tendência é para que isto se torne ainda mais difícil, portanto não sei como vai ser».
Catarina Coelho
33 anos
Psicóloga e formadora
«A Guarda é uma cidade abandonada e sem grandes perspetivas de futuro. Espero que as pessoas sejam mais empreendedoras e consigam aproveitar as oportunidades que possam existir no interior».
Marisa Coelho
30 anos
Enfermeira
«Estamos estagnados e o aumento das portagens ainda nos veio deixar pior, ostracizados. Não há postos de trabalho e as pessoas acabam por ir embora, já que não há nada que as “chame”».
Sílvia
19 anos
Trabalhadora-estudante
«A situação está má, cada vez fecham mais empresas. Há muita gente desempregada e pouco dinheiro a circular, pelo que isto está a tornar-se insustentável para o comércio».
Vítor Nuno
54 anos
GNR na reserva
«Enquanto não arranjarem fábricas para empregar as pessoas, a Guarda não vai para a frente, assim como o país. Tenho um filho com 23 anos e digo-lhe para emigrar porque aqui não há futuro para ninguém».
Liliana
11 anos
Estudante
«Para mim está bem, mas tenho a minha tia desempregada e sei que são precisos mais empregos. Também com o que vejo na televisão, percebo que isto está cada vez pior e não vai melhorar».
Jorge Coito
39 anos
Trabalhador por conta própria
«Isto está péssimo: a população, no geral, não tem dinheiro, então não se vende nada e está tudo parado. O futuro não se afigura melhor porque o país está mal e, por isso, vamos continuar mal a nível da cidade».
António Serra
44 anos
Padeiro
«A cidade está a andar em marcha atrás, o povo não tem dinheiro, logo a economia local está estagnada. Não vejo grande futuro com as políticas adotadas! Os nossos políticos devem ser pró-ativos e lutar pelo interior».
Manuela Correia
41 anos
Desempregada
«Sinto uma grande tristeza pelo estado em que está. Acho que quem está à frente da cidade não puxa por ela e os guardenses que têm passado pelo Parlamento também não. A alternativa é continuar a lutar, no meu caso por um emprego, não sei é onde o vou arranjar».
Andreia Pinto
29 anos
Desempregada
«A Guarda está degradada e a piorar constantemente. Não vejo futuro rigorosamente nenhum, principalmente para os jovens. Carenciados também há cada vez mais, sinceramente não sei onde isto vai parar».
Belarmino Fevereiro
82 anos
Reformado
«Há edifícios simbólicos que podiam atrair turistas e dar à cidade a vida que tinha há algumas décadas atrás, mas que lamentavelmente estão votados ao abandono, como o Hotel Turismo e o Cine-Teatro. A Guarda adormeceu, não há movimento e mais parece uma aldeia. Para o futuro não prevejo nada de positivo, pelo menos a curto prazo».
Amélia Sieiro
53 anos
Doméstica
«Nunca vi a Guarda como agora. Não se vê ninguém nas ruas e as lojas estão completamente vazias. Se a situação continua assim, daqui a pouco a Guarda nem sequer aparece no mapa. Antevejo que as dificuldades continuem nos próximos tempos, a não ser que apareça alguma coisa que dê trabalho e traga movimento».
Anunciação Susano
76 anos
Reformada
«Esta cidade já não passa de uma aldeia grande, sem ninguém no seu “coração”. Quanto ao futuro, as possibilidades são poucas ou nenhumas a todos os níveis, por isso não se pode esperar muito dos próximos tempos. Vai valendo o IPG para “aguentar” a Guarda”.
Hugo Branco
27 anos
Desempregado
«Falta muita coisa, como cultura, iniciativa, movimento e animação. Além disso, falta gente disposta a contribuir para alterar este estado de coisas. O futuro depende muito das pessoas e dessas iniciativas, sem as quais a cidade acaba por esmorecer».
Eduardo Freixo
48 anos
Assistente operacional
«O futuro afigura-se igual à cor da Sé: cinzento negro. A Guarda está morta, os políticos nestes últimos anos geriram muito mal os destinos da cidade, o desenvolvimento é pouco ou nenhum e deixaram fugir o que havia».
Pedro Silva
42 anos
Desempregado
«A Guarda foi vítima de milhares de contos e euros mal gastos, mas que não resolveram nada nem trouxeram qualquer tipo de benefício à cidade. E continuamos na mesma, pois há quem prefira gastar 40 mil euros a alugar um globo do que investir essa verba a melhorar o centro histórico».
Armando Gonçalves
82 anos
Reformado
«A cidade precisa urgentemente de iniciativa e de gente que traga investimento, mas também de alguém do poder que se interesse pela Guarda. Quanto ao futuro, a Guarda já passou por muita coisa e atualmente cá estamos para assinalar mais um aniversário. Acredito que também seremos capazes de ultrapassar este momento menos bom».
António Aguiar
74 anos
Reformado
«O momento atual não é muito risonho. Vejo o centro histórico um pouco abandonado e não se vê em quem está à frente da cidade o bairrismo e a vaidade que havia noutros tempos. Não tenho boas expectativas para o futuro, pois falta dinâmica para dar a volta à situação».
José Carlos Saraiva
38 anos
Desempregado
«A Guarda está um pouco parada. Podia haver mais atrativos para os jovens, há falta de empresas, os empresários fogem do interior devido à crise e as políticas dos governantes da cidade e dos representantes do distrito na Assembleia da República não puxam nada para cá. Para os próximos anos não vejo grande futuro, a não ser que se mudem as políticas».