O último relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), divulgado na terça-feira, revela que os incêndios consumiram 8.117 hectares de mato e floresta no distrito da Guarda entre 1 de janeiro e 31 de agosto. Dessa área, cerca de 66,5 por cento (mais de 5.400 hectares) ardeu nos últimos quinze dias do mês passado.
Este desfecho é atribuído pelo ICNF às «condições meteorológicas adversas» verificadas em agosto e que terão sido favoráveis ao aumento do índice de risco de incêndio, devido, nomeadamente, a temperaturas máximas superiores a 30º graus centígrados em todo o território e a vento fraco de leste. O que levou a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a decretar estados de alerta amarelo ou superior sem interrupção desde 9 de agosto. Em consequência, o mês passado teve «valores superiores às médias decenais», tendo-se registado «cerca de 52 por cento do total de ocorrências e aproximadamente 77 por cento da área ardida até à data», sublinha o Instituto. No distrito da Guarda, a última quinzena de agosto revelou-se catastrófica com onze grandes incêndios – cuja área ardida ultrapassa os 100 hectares.
O mais devastador teve início em Chãs (Vila Nova de Foz Côa) no dia 28 e consumiu 1.860 hectares de mato e povoamentos, sendo até agora o de maior dimensão no distrito.