Arquivo

Igreja Matriz do Teixoso já reabriu aos paroquianos

Templo esteve encerrado durante mais de quatro anos por motivos de derrocada iminente

Mais de quatro anos após o seu encerramento ao público por risco iminente de derrocada, a Igreja Matriz do Teixoso abriu no último domingo as portas aos fiéis completamente renovada, depois de um ano de obras de consolidação.

A nova «catedral» – como foi apelidada por Carlos Mendes, presidente da junta de freguesia local – foi acolhida por centenas de pessoas, que se juntaram no adro da igreja para verem o “novo” espaço de culto, que possui agora ar condicionado, novo sistema de som e luz e cinco vitrais. Tudo cedido por um benfeitor, designadamente António Feliciano Mendes.

«Já não via esta praça tão cheia há imensos anos», comentou Carlos Mendes aos jornalistas, bastante satisfeito por poder «devolver» o templo à comunidade teixosense, que desde Março de 2001 (após a derrocada da fachada sul) passaram a ter os actos litúrgicos no salão paroquial.

No entanto, e além de corresponder aos «desejos mais profundos da comunidade», a intervenção interna e externa a que esteve sujeita garantem-lhe todas as potencialidades para ser «integrada no roteiro dos monumentos nacionais», defendeu Carlos Mendes, apesar de ainda faltar acabar alguns trabalhos no telhado.

As obras, levadas a cabo pela empresa STAF – recuperação, consolidação e modificação de estruturas,S.A., estavam orçadas inicialmente em cerca de 400 mil euros, mas acabaram por custar 600 mil, suportadas metade pela autarquia covilhanense e o restante pela Fábrica da Igreja. «Não nos poupamos a esforços para que fosse recuperada», disse Carlos Pinto aos teixosenses, relembrando os inúmeros «obstáculos» que tiveram que enfrentar para «salvaguardar um bem público e os sentimentos dos paroquianos», explicou. O autarca referia-se precisamente ao embargo que o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) fez à obra em Novembro do ano passado. Em causa estava a falta de acompanhamento arqueológico à obra, por se situar no mesmo perímetro que a Capela de Santo Cristo, classificada como Imóvel de Interesse Público. Uma situação que, de resto, apenas foi detectada após a junta de freguesia ter comunicado àquele organismo a descoberta de algumas urnas no interior da igreja. Além disso, acresceram as dificuldades financeiras para a construção da obra, principalmente depois de serem obrigados a terem acompanhamento arqueológico.

O imóvel, construído em 1590 (século XVI), sofreu a primeira remodelação em 1906 e a segunda, mais superficial, em 1980, precisamente por estar alegadamente mal construído. A terceira intervenção foi feita agora mas, tanto Carlos Mendes como Carlos Pinto, acreditam tratar-se de uma obra para o «futuro» face à solidificação em ferro dos pilares que seguram o telhado.

A Igreja foi ainda classificada em Abril do ano passado pela Assembleia Municipal da Covilhã como património de interesse concelhio.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply