Arquivo

Igreja da Estação novamente em obras dentro de 60 dias

Novo projecto reduz capacidade de 600 para 350 lugares e será discutido na próxima semana com a Fábrica da Igreja

As obras para a construção da nova Igreja da Estação, situada na zona nova da cidade, deverão retomar «no prazo de 60 dias ou o mais tardar». A garantia foi dada por Carlos Pinto na última reunião do executivo camarário, depois de “O Interior” ter divulgado em primeira-mão que estaria na calha um novo projecto para resolver o imbróglio existente há quase dois anos devido a erros do projectista. Agora, afirma o autarca covilhanense, estão «criadas as condições» para levar avante a construção daquela obra desejada há mais de 20 anos pelos fiéis.

O projecto ainda será apresentado à Fábrica da Igreja, dona da obra, mas Carlos Pinto adianta desde já que se trata de uma igreja «muito bonita e moderna», adequada à zona da Estação e aos prédios envolventes. Da estrutura de betão armada que está construída apenas irá restar o silo-auto subterrâneo da Câmara da Covilhã, com capacidade para 120 lugares divididos por dois pisos, e que deverá entrar em funcionamento «ainda este ano», adianta Carlos Pinto. Os pilares que estão expostos serão demolidos para que se possa iniciar o novo projecto, «completamente distinto» do anterior. Assim, dentro de dois meses deverá começar a nascer uma «igreja de betão armado à vista com uma única nave», adianta Rui Ramos, responsável pela empresa “Lambelho & Ramos” que irá construir a obra, estando todas as «estruturas de apoio à igreja» na área circundante, como a capela de celebração da missa semanal, a capela mortuária, salas de catequese e um bar. No entanto, a maior alteração será a redução de 600 para 350 lugares. «Chegou-se agora à conclusão que uma igreja de 600 lugares, mesmo que estivessem 300 pessoas a assistir à missa, estava completamente vazia», para além de ser uma capacidade «excessiva» para aquele bairro.

Uma redução que permitirá construir a obra pelo mesmo preço que estava contratualizada, ou seja, 1,37 milhões de euros, onde se inclui um apoio de 150 mil euros da autarquia covilhanense. «Este valor vai chegar e sobrar para as alterações do projecto, para a demolição dos pilares e ainda fica algum para a construção da obra», acrescenta Carlos Pinto. O projecto já foi apresentado à Comissão Fabriqueira, mas só na próxima semana é que esta irá reunir com o presidente da autarquia. O padre Rafael, responsável pela Comissão, já adiantou a “O Interior” que o projecto «agrada bastante», tanto no «enquadramento local como na funcionalidade», sendo que a redução dos lugares para os fiéis só será discutida na reunião da próxima semana. E embora este responsável deseje que a obra retome a construção o mais rápido possível, o projecto poderá ficar “encalhado” por mais algum tempo. «O problema» é agora arranjar o financiamento necessário para a construção da obra, desabafa. Recorde-se que as obras estão paradas desde Abril de 2002 por ter havido erros técnicos que impediram a junção dos pilares que suportavam o silo concessionado à Câmara por 25 anos e a igreja, levando a estrutura a ceder de um dos lados. Desde então, os covilhanenses assistiram apenas à degradação do local e a várias polémicas, entre as quais o chumbo do visto do Tribunal de Contas por a Câmara ter adjudicado a obra sem concurso público. A troca de culpas mútuas entre a Câmara, a Fábrica da Igreja e a empresa construtora também originou a polémica, sem que as responsabilidades tivessem ficado apuradas.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply