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Hospital Sousa Martins vai ser requalificado

Ministro anuncia retoma «imediata» do Plano Director e mantém nova unidade para Seia

O Sousa Martins é o único dos dez hospitais previstos nas parcerias publico-privadas que não vai ser construído de raíz. A unidade da Guarda apenas será alvo de obras de remodelação, enquanto as restantes quatro descartadas na semana passada pelo ministério da Saúde vão ser novamente analisadas. Correia de Campos espera definir prioridades até ao final do ano e construir estes novos hospitais ao abrigo de uma parceria entre o Estado e privados. Para tal, os técnicos vão elaborar um calendário e uma hierarquia dos mais necessários, tendo em conta parâmetros demográficos e de fluxo de doentes.

Para o velho sanatório está previsto «retomar de imediato» o Plano Director, garantiu o ministro ao presidente da Câmara da Guarda na última sexta-feira, durante uma reunião em Lisboa. O projecto previa a remodelação de uma área aproximada de oito mil metros quadrados e a construção de três novos edifícios. Trata-se da solução defendida pelo PS na última campanha eleitoral porque o projecto anunciado por Luís Filipe Pereira estava na “estaca zero”. O Plano Director que vai agora ser recuperado foi elaborado na anterior passagem de Correia de Campos pelo ministério da Saúde, mas metido na gaveta pelo seu sucessor. Anunciado com pompa e circunstância na Guarda em plena campanha autárquica de 2001, o projecto previa um investimento de 14 milhões de euros a aplicar na total requalificação do pavilhão principal do Sousa Martins e na construção de três novos edifícios. Um ao lado do degradado pavilhão Rainha D. Amélia, a que se ligará, outro em frente e o último junto ao pavilhão Filipa de Lencastre.

Ana Manso já disse que esta opção é uma «perfeita trapalhada» e «não tem qualquer viabilidade». «Na prática, são remendos que não vão melhorar em nada as condições de trabalho dos profissionais nem irão beneficiar os utentes», sustentou a líder da distrital do PSD, para quem ficou claro que o PS «já esqueceu o novo hospital da Guarda». Opinião diferente tem Álvaro Guerreiro, presidente do município. «Agora já não há dúvidas. O projecto vai ser retomado para depois ser lançado concurso para as obras. O compromisso eleitoral do primeiro-ministro, de modernizar o hospital da Guarda, vai ser cumprido e tudo o resto são especulações», sublinhou. Uma opinião partilhada por Fernando Cabral, presidente da Federação do PS da Guarda, que classificou de «”fait-divers político» a promessa do novo hospital pelo PSD. «Hoje teríamos uma unidade ampliada e requalificada se o anterior Governo tivesse retomado o Plano Director», garante o também deputado. Assim sendo, Fernando Cabral espera que algumas obras estejam concretizadas nesta legislatura e com dinheiros públicos. «Será recuperado de acordo com as circunstâncias actuais, mas parece-me que em três anos não houve alterações significativas que justifiquem a sua revisão», adiantou o dirigente.

Em Seia, cujo autarca também reuniu com o ministro, a opção do Governo é continuar com o processo de construção de um novo hospital iniciado pelo executivo PSD/PP. Neste caso, os socialistas sempre defenderam esta opção por o projecto estar em andamento, pelo que a tutela prometeu aprová-lo «o mais rapidamente possível» e lançar o concurso público internacional para a sua execução. «O ministério reconhece qualidade à equipa projectista e ao projecto», adiantou a “O Interior” fonte do gabinete de Eduardo Brito. Trata-se da construção de um novo edifício junto ao actual, para onde serão transferidos todos os serviços. Após a construção, o actual imóvel será demolido para construção no mesmo espaço de áreas de estacionamento e outros equipamentos. O investimento rondará os sete milhões de euros. Para Eduardo Brito, esta decisão é «um sinal de que o Governo passou a tratar o concelho de Seia de outra maneira».

Luis Martins

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