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Hospital de Seia integra Unidade Local de Saúde da Guarda

Grupo de trabalho tem seis meses para apresentar estudos prévios e análises necessárias ao projecto

Depois de, em Junho, ter manifestado algumas dúvidas entre associar-se à Guarda ou Viseu, o Hospital de Nossa Senhora da Assunção, de Seia, optou por integrar a futura Unidade Local de Saúde (ULS) do distrito de que faz parte. Na semana passada foi publicado em “Diário da República” o despacho que determina a criação de um grupo de trabalho que tem seis meses para elaborar os estudos de suporte da ULS. Para além dos hospitais da Guarda e de Seia, a nova estrutura integrará ainda os centros de saúde e respectivas extensões da sua área de influência.

O grupo é presidido por Rosa Reis Marques, vice-presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, integrando ainda Isabel Coelho, coordenadora da Sub-Região de Saúde da Guarda, Fernando Girão e Eduardo Alves da Silva, respectivamente directores dos Hospitais da Guarda e de Seia, e ainda António Rodrigues, membro da Missão para os Cuidados de Saúde Primários. No despacho, assinado pelo ministro da Saúde a 9 de Agosto, dia em que começou a produzir efeitos, mas publicado no DR de dia 29, pode ler-se que «os elementos disponíveis apontam para o interesse na criação de uma ULS no distrito da Guarda, englobando, à partida, os hospitais da Guarda e de Seia». O grupo de trabalho deverá, no prazo de seis meses, apresentar os estudos de suporte, tendo em conta a eventual constituição da ULS como Entidade Pública Empresarial, e proceder à caracterização da população da área de intervenção da futura unidade de saúde. Outras funções são a estruturação da rede de referência e definir os circuitos bi-direccionais entre os hospitais e os centros de saúde, bem como definir a criação de sistemas de informação comuns que assegurem a respectiva fiabilidade, disponibilidade e cruzamento de dados.

Por último, cabe também ao grupo de trabalho a responsabilidade de definir formas de avaliação das actividades e dos resultados e ainda propor o plano de negócios da ULS. A criação desta Unidade insere-se na política de saúde do Governo, que defende a «implementação de uma real articulação entre os cuidados de saúde primários e os hospitalares, designadamente com a criação de unidades de saúde integradas». O director do Hospital de Seia explica que um dos principais motivos para terem optado pela ULS da Guarda, em detrimento do Centro Hospitalar de Viseu, está relacionado com o «funcionamento integrado» do serviço de Urgências do Nossa Senhora da Assunção com o Centro de Saúde. Na prática, das oito às 20 horas nos dias de semana é o Centro de Saúde que assegura as Urgências na cidade, cabendo ao Hospital o restante período. Esta é uma vicissitude resultante do facto do quadro médico do Hospital senense «não ser o suficiente» para assegurar o funcionamento das Urgências 24 horas por dia.

De qualquer modo, Eduardo Alves da Silva frisa que a ligação a Viseu «irá manter-se» e que, apresar da «primeira unidade de referência passar a ser a Guarda», quando houver necessidade, o Hospital de Seia recorrerá «sempre» a Viseu e Coimbra e «nunca» à Covilhã e Castelo Branco. Outros motivos que levaram a que Seia optasse pela ULS da Guarda prendem-se com «razões históricas, de referenciação e de pertencermos ao mesmo distrito», bem como com o «problema da dimensão» do Hospital de Viseu. De resto, o director do Hospital Nossa Senhora da Assunção assume que, «pessoalmente», também é defensor da ULS da Guarda: «Sou mais adepto da solução ULS, em vez do Centro Hospitalar, que tem a ver apenas com hospitais. Já a ULS integra hospitais e também centros de saúde», realça.

Ricardo Cordeiro

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