Arquivo

Hospital da Guarda continua sem Plano de Emergência

Simulacro da noite de terça-feira acentuou necessidade «urgente» desse documento

O simulacro realizado terça-feira à noite na A25 pelo Serviço Distrital de Bombeiros e Protecção Civil correu bem, mas veio mostrar que «é urgente criar o Plano de Emergência do Hospital Sousa Martins». Segundo João Correia, o chefe de equipa de serviço nas Urgências nessa noite, tal documento ainda não existe pelo que os médicos envolvidos tiveram que «decidir e actuar no momento», acrescentando, por outro lado, que a sua activação também não seria necessária porque a situação criada pelo simulacro e o número de acidentados (11) virtualmente transferidos para o Sousa Martins «não teria exigido a aplicação do Plano de Emergência, que só deve ser accionado quando é necessário prestar assistência a mais do dobro de sinistrados num determinado momento». O problema é que o médico disse desconhecer a existência de qualquer Plano de Emergência no hospital guardense, recordando que o primeiro documento conhecido não chegou a ser concluído, após o anterior Conselho de Administração (CA) ter sido substituído. «Segundo notícias vindas recentemente a público, este CA terá contratado alguém para elaborar um outro, mas até agora ninguém tem conhecimento de qualquer Plano de Emergência», refere o médico. Recorde-se que o filho do director clínico do Sousa Martins recebeu recentemente mais de 11 mil euros pela prestação de serviços de elaboração do dito Plano de Emergência e a digitalização das plantas do hospital. O caso motivou mesmo uma queixa do Bloco de Esquerda (BE) à Inspecção-Geral de Saúde por considerar estar-se perante «uma situação de favorecimento, incompatível com os deveres éticos e o clima de transparência que devem nortear os titulares dos cargos públicos». Tiago Coelho Santos, recém-formado em Engenharia Civil, terá ainda beneficiado do facto do Instituto de Emprego e Formação Profissional ter aprovado um pedido de financiamento apresentado pelo hospital para a realização de um Programa de Estágio Profissional, de 15 de Dezembro de 2003 a 4 de Setembro de 2004. Outra ocorrência estranha neste processo, tanto mais que o nóvel engenheiro justificou o seu trabalho com uma declaração de “acto isolado”, datada de 12 de Dezembro de 2003, tal e qual um empresário prestador de serviços por concurso.

Sobre o autor

Leave a Reply