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Hospitais com falhas no tratamento da pneumonia

Avaliação da Entidade Reguladora da Saúde não atribuiu nenhuma nota máxima na abordagem à infeção. A administração de antibióticos é um dos problemas.

O tratamento de pneumonia em crianças na grande maioria dos hospitais não cumpre os critérios máximos de qualidade. A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) identificou falhas em procedimentos relacionados com a administração de antibióticos.

A segunda avaliação anual de 2013 do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) detetou que nenhum dos 116 hospitais – públicos, privados e do setor social – avaliados no âmbito da excelência clínica cumpria na íntegra as três recomendações clínicas estudadas para a pneumonia, no foro da pediatria.

No caso, «a colheita de sangue para hemocultura antes do início da antibioterapia para doentes com pneumonia», o início da «antibioterapia nas primeiras seis horas após a chegada» ao hospital e a «seleção inicial de antibióticos para doentes imunocompetentes (cujo sistema imunitário responde normalmente) com pneumonia adquirida na comunidade».

A classificação máxima para a excelência clínica – atribuída quando o «prestador cumpre com todos os parâmetros de qualidade exigidos» e fica «posicionado na categoria superior» – foi igualmente rara em outras valências médicas. Foram os casos da cirurgia de revascularização arterial, técnica de cirurgia vascular, do tratamento cirúrgico da fratura proximal do fémur, na área da ortopedia, e dos cuidados neonatais, em pediatria.

Ao invés, a cirurgia de ambulatório (sem internamento), as histerectomias (extração do útero), os partos e cuidados pré-natais e as artroplastias totais da anca e do joelho (substituição da articulação) reuniram um número significativo de hospitais distinguidos com a melhor nota.

No balanço global, dos 116 hospitais avaliados no parâmetro da excelência clínica, 106 tiveram nota positiva por cumprirem todos os critérios de qualidade exigidos.

Dez com nota negativa

Entre as dez unidades com nota negativa – em que «não foi possível aferir do cumprimento de todos os parâmetros de qualidade exigidos», justifica a ERS no relatório – estão o ‘gigante universitário’ Santa Maria e Santa Cruz, ambos em Lisboa.

Segundo o documento, o maior hospital público da capital, e um dos maiores do país, não foi aprovado por não ter fornecido os dados necessários à avaliação. A mesma colaboração reduzida em alguns casos e a falta de casuística, noutras situações, explicam a nota do hospital dedicado ao coração: Santa Cruz.

Da lista fazem ainda parte o British Hospital, Casa de Saúde de Amares, Casa de Saúde de São Mateus, a Clínica Obstétrica e Ginecológica de Espinho, Hospital da Misericórdia da Lousada, Hospital Privado de Santarém e os hospitais de Elvas e Portalegre, ambos integrados na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano.

A avaliação da ERS incluiu ainda outras. A par da excelência clínica, o SINAS têm ainda resultados sobre a segurança do doente, a adequação e conforto das instalações, a focalização no doente e a sua satisfação.

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